Luta pela paz
CPPC: Política nuclear dos EUA é um perigo para a paz
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) expressa “profunda preocupação com a revisão da política nuclear dos EUA” e reafirma a “urgência de avançar decididamente para iniciativas de paz” que conduzam ao fim das armas nucleares.
Para o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), o desafio que a Humanidade enfrenta “não é o da expansão, desenvolvimento e modernização dos arsenais nucleares atualmente existente, mas, pelo contrário, a da sua redução e total desmantelamento”.
Neste sentido, a “revisão da política nuclear” dos EUA – a chamada Nuclear Posture Review (NPR), anunciada pelo Pentágono no início deste mês – constitui “um passo particularmente perigoso na escalada militarista que marca o nosso tempo”, afirma o CPPC, que alerta para as possíveis “catastróficas consequências para a Humanidade”, caso não seja “contrariada através de fortes iniciativas a favor da Paz mundial”.
Numa nota publicada recentemente, a organização portuguesa defensora da paz salienta que, com este documento, a “administração norte-americana assume a intenção de expandir, desenvolver e modernizar o seu arsenal de armas nucleares e diversos componentes da chamada tríade nuclear”, composta por mísseis balísticos intercontinentais terrestres, bombardeiros estratégicos e mísseis balísticos lançados por submarinos.
Nesta atualização da política nuclear norte-americana, são enumeradas as “ameaças” que devem ser combatidas por via do incremento do poderio nuclear do Pentágono e contempla-se a possibilidade de efetuar um primeiro ataque nuclear “mesmo contra adversários não possuidores de armas nucleares”, destaca a nota.
Acrescenta que não são “menos preocupantes […] os motivos com que se pretende justificar a revisão da política nuclear dos EUA, reveladores de uma política externa belicista, que define claramente como alvos”, em primeiro plano, a China e a Rússia, e também a Coreia e o Irão.
Repudiando a decisão da administração norte-americana, o CPPC salienta que a NPR de 2018 irá promover a corrida aos armamentos e terá “graves implicações no aumento dos já fabulosos gastos militares ao nível mundial e num cada vez maior risco de conflito entre potências nucleares”.
Sozinhos, os EUA assumem cerca de 40% do total das despesas militares realizadas a nível mundial. “Os três países seguintes (China, Arábia Saudita e Rússia), juntos, não chegam a metade dos 600 bilhões de dólares gastos pelos EUA”, revela a nota.
O que se impõe – defende o CPPC – é a “redução da atual tensão internacional e a promoção do desarmamento geral, simultâneo e controlado, visando particularmente e com a maior urgência o fim das armas nucleares e de destruição massiva”.
Para alcançar essa meta, a “entrada em vigor do Tratado de Proibição de Armas Nucleares constitui um objetivo particularmente importante”.
Fonte: AbrilAbril