Movimento Comunista

Coronavírus: Partidos Comunistas sul-americanos lançam nota conjunta

30/03/2020

Partidos comunistas da América do Sul publicaram neste domingo (29) uma nota conjunta sobre o cenário criado pela pandemia de coronavírus, com apelo por solidariedade e defesa dos direitos dos trabalhadores e povos

Os Partidos Comunistas da América do Sul destacam com orgulho de classe o papel decisivo dos trabalhadores de distintos ramos e, fundamentalmente, da saúde, na luta contra a pandemia de Covid-19 que assola o mundo.

Saudamos a realização da teleconferência dos ministros da Saúde e dos ministérios das Relações Exteriores convocados pela presidência pró-tempore mexicana da Celac, uma vez que este é o único âmbito em que todos os países de Nossa América podem se encontrar com a presença inestimável de Cuba, vanguarda mundial em inovação médica e bioquímica e ética humanística, envolvendo também a Organização Pan-Americana da Saúde e uma delegação de alto nível da República Popular da China.

A pandemia do Covid-19 demonstra tragicamente as profundas deficiências dos sistemas de saúde pública na maioria dos países da região, já conhecidas antes do surgimento do coronavírus. Essas deficiências são o resultado de políticas antipopulares aplicadas pelos governos a serviço do grande capital para comercializar e privatizar os serviços de saúde, apoiando a lucratividade de grupos monopolistas.

Essas políticas, além disso, minaram as capacidades científicas e tecnológicas disponíveis para satisfazer as necessidades de prevenção e atenção maciça à população.

A experiência atual põe em evidência a natureza antissocial e parasitária do neoliberalismo e destaca a superioridade da intervenção do Estado nas áreas vitais de qualquer nação e planejamento com base nas necessidades populares, além de demonstrar que elas não podem ser governadas pela lógica mesquinha do capitalismo. Isso implica, em matéria de saúde, proporcionar o atendimento primário e a prevenção, hospitais dignos, laboratórios equipados, médicos e enfermeiros, remédios, respiradores, testes e exames e tudo o que for necessário para satisfazer as necessidades constantes e urgentes dos povos.

Consideramos essencial garantir os direitos dos trabalhadores, desempregados e subempregados, das camadas sociais mais pobres, como um gesto humano e solidário que, ao mesmo tempo, assegure a manutenção básica da atividade econômica. O pagamento dos salários deve ser garantido, assim como uma renda mínima para todos os trabalhadores informais. Não são eles que devem pagar pela crise. Com essa finalidade, as políticas de austeridade fiscal devem ser revertidas, e o Estado deve assumir responsabilidades extraordinárias para manter a atividade econômica, inclusive garantindo a contribuição dos sistemas bancários financeiros para esse fim.

É necessário, de uma vez por todas, acabar com o bloqueio e outras medidas coercitivas unilaterais contra Cuba e Venezuela e com ações contra a Nicarágua, cujo caráter não solidário, discriminatório e injusto se destaca ainda mais em meio a essa situação crítica. Nesse sentido, valorizamos as palavras do presidente da Argentina, Alberto Fernández, que, além de adotar um conjunto de medidas adequadas em situações de emergência, pronunciou-se com dignidade a esse respeito.

É necessário e urgente perdoar definitivamente as dívidas externas de nossos países junto ao FMI a banca internacional usurária.

Agradecemos sinceramente aos médicos e enfermeiras, ao pessoal dos hospitais, às unidades de saúde que estão enfrentando grandes dificuldades. Expressamos nossa solidariedade a todos os afetados pela pandemia de Covid-19 e desejamos a eles uma rápida recuperação da doença.

Saudamos os países que estão realizando ações de solidariedade com os países mais afetados, como por exemplo o envio de materiais de proteção, ventiladores e profissionais de saúde, como China, Cuba e Rússia, que contrastam com as ações dos Estados Unidos e da Otan, que persistem no deslocamento de tropas, como fizeram recentemente em vários países da Europa, apoiando enormes orçamentos militares que negam a saúde e o bem-estar social.

Lutamos por profundas transformações que virão como resultado da união dos trabalhadores e dos povos. Posicionamo-nos com responsabilidade e com senso de humanidade. Estamos presentes na luta para exigir medidas imediatas a fim de proteger a saúde e salvaguardar os direitos de todos os povos em todos os rincões do planeta.

Fonte: Partido Comunista da Argentina

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