Economia internacional
Comércio exterior chinês cresce, apesar de tarifas dos EUA
O comércio exterior da China registrou um crescimento estável nos primeiros 8 meses do ano, apesar das elevadas tarifas impostas pelos EUA, segundo dados oficiais divulgados no último sábado (8).
O comércio de produtos chineses aumentou 9.1% em termos anuais, para 19.43 trilhões de yuans (cerca de 2.85 trilhões de dólares), nos primeiros 8 meses deste ano, segundo a Administração Geral Alfandegária (AGA) chinesa.
As exportações aumentaram 5.4% em termos anuais no período janeiro-agosto para 10.34 trilhões de yuans, enquanto as importações cresceram 13.7%, para 9.09 trilhões de yuans, resultando num superavit comercial de 1.25 trilhões de yuans, atingindo a margem dos 31.3%, de acordo com a AGA.
Em agosto, as exportações cresceram 7.9%, acima dos 6% de julho.
Os dados de agosto foram amplamente acompanhados, tendo em conta que foi a primeira estatística após as recém-implementadas tarifas de 16 bilhões de dólares de produtos chineses pelos EUA.
Com início em 23 de agosto, os EUA implementaram uma tarifa extraordinária de 25% a 16 bilhões de dólares em importações chinesas, às quais a China respondeu com uma medida retaliatória equivalente.
A ação foi tomada após tarifas adicionais sobre 34 bilhões de dólares em importações chinesas terem entrado em vigor em 6 de julho.
Dados de sábado revelam que as exportações chinesas não deterioraram, graças ao forte volume de exportações que cobriu os prejuízos, segundo as autoridades.
As trocas do país com os seus maiores parceiros comerciais testemunhou um aumento durante o período janeiro-agosto. O comércio com a União Europeia, o maior parceiro comercial, aumentou 6.2%, e o volume de comércio com os EUA e com os países da ASEAN aumentou 5.9% e 11.8%, respetivamente.
O comércio com os países ao longo da extensão geográfica da iniciativa do Cinturão e Rota totalizou 5.31 trilhões de yuans, um aumento de 12% em termos anuais e 2.9% mais rápido que a média de crescimento, segundo os dados.
Os dados de sábado revelaram também um cenário comercial equilibrado, com as importações em agosto dando continuidade à rápida expansão verificada nos últimos meses.
As importações chinesas de bens de consumo, como alimentos e cosméticos têm testemunhado um rápido crescimento desde 2017, enquanto a demanda doméstica relacionada com o investimento em manufatura permaneceu robusta, indicando que as importações chinesas são menos relevantes para o investimento em infraestruturas e imobiliário, segundo a China Merchants Securities.
A China tem promovido um cenário de comércio mais equilibrado, com uma série de medidas pró-importação introduzidas.
Em julho, o Conselho de Estado da China emitiu as diretrizes para a expansão das importações, prometendo cortes de tarifas e a eliminação de aumentos de preços irracionais, bem como uma maior proteção aos direitos de propriedade intelectual.
O rápido crescimento em importações ajudou a reduzir o superavit comercial da China, o qual permaneceu inalterado em agosto em comparação com julho em termos de dólares, segundo a China Merchants Securities.
Resistência, com Diário do Povo