Resistência

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) emitiu nesta terça-feira (22) uma mensagem dirigida a Presidenta Dilma Rousseff, respaldando a plena vigência do Estado Democrático de Direito e o exercício das atribuições do Executivo Brasileiro.

Em uma declaração pública, a Secretária Executiva do Organismo das Nações Unidas, Alicia Bárcena, manifestou sua preocupação pelas ameaças à estabilidade democrática e reconheceu os avanços sociais e políticos que o Brasil tem vivido na última década. Veja o texto na íntegra.

Mensagem de Alicia Bárcena, Secretária Executiva da Cepal à presidenta Dilma Rousseff

Com grande preocupação temos assistido ao desenvolvimento dos acontecimentos políticos e judiciais que tem convulsionado o Brasil no curso das últimas semanas. Nos alarma ver a estabilidade de sua pátria ameaçada.

A soberania popular, fonte única da legitimidade na democracia, entregou, antes a Lula e depois a você, Presidenta Rousseff, um mandato constitucional que se traduziu em governos comprometidos com a justiça e a igualdade. Nunca, na história do Brasil, tantas e tantos de seus compatriotas haviam logrado superar a fome, a pobreza e a desigualdade.

Significativa é também para nós a forma determinante como estas gestões reforçaram a nova arquitetura da integração de nossa região, com a Unasul e a Celac.

Sabemos do esforço dos tribunais para perseguir e castigar a cultura de práticas corruptas que têm sido historicamente a parte mais opaca do vínculo entre os interesses privados e as instituições do Estado. Temos visto o apoio permanentemente do seu governo a esta tarefa, com a valentia e a honradez que é a marca de sua biografia, apoiando a criação de uma nova legislação mais exigente e de instituições investigativas mais fortes.

É por isso que nos violenta hoje ver que, sem julgamento ou evidências, servindo-se de vazamentos e de uma ofensiva midiática que condena antecipadamente, se tenta demolir sua imagem e seu legado, ao mesmo tempo em que se empenham em menoscabar a autoridade presidencial e interromper o mandato que lhe entregaram as urnas e os cidadãos.

Os eventos que o Brasil atravessa nestas jornadas ressoam com força além de suas fronteiras e ilustram para o conjunto da América Latina os riscos e as dificuldades a que a nossa democracia ainda está exposta.

Fonte: Cepal

Tradução: Wevergton Brito Lima, para o Resistência