América Latina
Centrais sindicais argentinas confirmam marcha contra o governo
Os três segmentos da Confederação Geral do Trabalho (CGT) da Argentina confirmaram uma mobilização na próxima sexta-feira (29), contra o ajuste econômico e as demissões impulsionados pelo governo do presidente Maurício Macri.
Em uma reunião no fim da tarde desta segunda-feira (25), os dirigentes das três correntes da CGT concordaram também em marcar para a quarta-feira (27), uma nova reunião para definir se a concentração incluirá também uma greve geral de 24 horas, para exigir o fim das demissões no serviço público e no setor privado.
As ações se realizam no marco das comemorações do 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores.
“Na próxima quarta-feira vamos decidir (pela paralisação das atividades), porque nesse dia todas as expressões do movimento sindical farão uma nova reunião”, disse o secretário geral da Confederação Argentina de Trabalhadores do Transporte (CATT), Juan Carlos Schmid.
Os dirigentes Antonio Caló, Hugo Moyano, e Luís Barrionuevo, também discutem a reunificação de seus respectivos segmentos sindicais.
Além de Schmid, participaram da reunião Moyano, Caló, Barrionuevo, Gerardo Martínez, da União de Operários da Construção da Argentina, e Andrés Rodríguez, da União de Pessoal Civil Nacional, cuja sede foi a anfitriã do encontro sindical.
“O que fizemos hoje foi, simplesmente, repassar os detalhes organizativos”, disse Schmid, enquanto relembrou que “há uma comissão organizadora do ato para decidir como serão inseridas as colunas e ordenados os oradores do dia 29 de abril próximo”, ressaltou.
Declarou também que a reunião convocada para a quarta-feira terá uma mesa ampliada de dirigentes para analisar a ordem dos possíveis oradores e se será elaborado um documento conjunto das três CGTs e das duas CTAs sobre a situação dos trabalhadores do país.
O conflito trabalhista na Argentina aumentou devido à política de ajuste econômico da administração Macri, que elevou em muito pouco tempo o custo de vida em níveis nunca vistos em mais de 20 anos, o que provocou uma onda de demissões que chega aos 127 mil postos de trabalho, de acordo com o centro de estudos Tendências.
A manifestação está prevista simultaneamente às sessões das duas Casas do Congresso que estudam projetos de lei para proibir as demissões e sancionar as empresas – ou o governo – com o pagamento em dobro de uma indenização ao trabalhador, quando a legislação estiver em vigor.
Prensa Latina; tradução de Maria Helena de Eugênio para Resistência