Opinião
Cebrapaz condena apoio dos EUA à colonização da Palestina
O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ) reitera seu repúdio ao regime israelense de ocupação militar, apartheid e colonização da Palestina, que intensifica sua agressividade, em constante violação do direito internacional e dos direitos humanos dos palestinos, com a cumplicidade sempre declarada dos Estados Unidos.
Denunciamos nos mais firmes termos os assassinatos e ferimento de civis inocentes e jornalistas como Muath Amarneh, atingido no olho ao cobrir manifestações na semana passada, por soldados israelenses na Cisjordânia ocupada. A opressão e extermínio do povo palestino são mais que consequências, são objetivos deste regime que busca por todos os meios destruir a resistência de um povo martirizado há tantas décadas.
Da mesma forma, repudiamos veementemente a nova ofensiva do exército israelense contra a Faixa de Gaza, território palestino sitiado há uma década, densamente habitado e gravemente impedido de oferecer vida digna à população, precisamente por causa do bloqueio imposto por Israel e por suas repetidas e devastadoras guerras.
Agravando a constante catástrofe humanitária, Israel lança nova ofensiva, desta vez chamadas “operações de matança seletiva” de membros do grupo Jihad Islâmica, vitimando vários civis. Além de repudiar mais esta criminosa ofensiva, denunciamos a dissimulada cobertura midiática local e internacional que a retrata como “resposta” aos disparos feitos por grupos palestinos desde Gaza contra Israel, sem vítimas fatais. Assim, a mídia menospreza a tragédia insuportável imposta por Israel a todo o povo palestino, que não pode aceitá-la sem responder por todos os meios possíveis, principalmente o político e jurídico, como tem feito há décadas.
Por isso, condenamos ainda como potencialmente catastrófica mais uma mudança na política diplomática dos EUA, ainda que até então retórica: nesta segunda-feira (18) o secretário de Estado Mike Pompeo declarou que classificar de ilegais as colônias israelenses em território ocupado palestino é “contraproducente”, e que elas não são “necessariamente ilegais”. Contra a perspectiva de praticamente todas as nações e o direito internacional, os EUA buscam unilateralmente autorizar a colonização do restante da Palestina por Israel, legitimando as colônias construídas desde o início da ocupação militar em 1967, onde já residem cerca de 600 mil israelenses.
Esta é mais uma evidência da cumplicidade dos Estados Unidos nos crimes do regime sionista, assim como foi o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelo mesmo governo de Donald Trump.
Além de violar o direito internacional humanitário, especialmente a Quarta Convenção de Genebra, unilateralmente legitimar as colônias israelenses também contraria inúmeras resoluções da Organização das Nações Unidas, como a resolução 2334 adotada pelo Conselho de Segurança em 2016, reconhecendo que a colonização do território palestino por Israel é uma “flagrante violação” do direito internacional.
Recorde-se que a adoção de tal resolução, algo tentado inúmeras vezes antes, só foi possível graças à inédita abstenção dos EUA no fim do governo de Barack Obama, que também sempre votou e atuou em favor das políticas israelenses.
Voltamos a exigir a responsabilização do regime israelense por seus crimes sob a luz do direito internacional humanitário e dos direitos humanos do povo palestino, o fim da ocupação militar e da colonização israelense da Palestina e o reconhecimento universal do Estado da Palestina, livre e soberano, nas fronteiras anteriores à ocupação do território por Israel na guerra de junho de 1967, implementando o direito dos refugiados ao retorno e a libertação dos mais de cinco mil prisioneiros políticos palestinos no cárcere israelense.
Pelo fim da ocupação e da colonização israelense, já!
Toda a solidariedade ao povo palestino na luta pela Palestina livre!
Direção do Cebrapaz