Bolívia
Bolivianos decidem em congresso lançar Evo Morales à reeleição
O presidente da Bolívia, Evo Morales, disputará o quarto mandato nas eleições de 2019, com o apoio de seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS).
“Se o povo decidir, Evo continua. Nenhum problema. Vamos derrotar a direita. Tantas vezes derrotamos a direita. Temos confiança nos movimentos sociais”, disse o presidente depois que o MAS aprovou de forma unânime a sua candidatura em um congresso realizado em Montero,Santa Cruz, no último sábado (17).
Se vencer as eleições, Morales permanecerá no poder até 2025. Ele ganhou sua primeira eleição em 2005, com 54% dos votos, foi reeleito em 2009, com 64%, e voltou a se eleger em 2014, com 61%.
Conhecedor do apoio que tem, o presidente desafiou: “Vamos nos ver nas urnas, nas eleições, mas que não nos manipulem com mentiras”, disse, referindo-se aos resultados do referendo de fevereiro, quando, por uma margem apertada, foi negada a ele a possibilidade de disputar as eleições de 2019.
Segundo Morales, aquele resultado foi influenciado por mentiras, após a divulgação de informações sobre um suposto filho seu com a representante da empresa chinesa CAMC, que tem contratos milionários com o governo.
O congresso do MAS recomendou “quatro alternativas legais para habilitar a candidatura dentro da via constitucional”, explicou um líder sindical ao ler as conclusões, já que o mandato de Morales vai até 22 de janeiro de 2020.
A primeira sugestão é a reforma de parte da Constituição, por meio de uma iniciativa cidadã , com a coleta de assinaturas equivalentes a 20% do eleitorado.
O segundo caminho se refere a uma reforma constitucional que permita a reeleição de autoridades por mais de um período de forma contínua.
A terceira opção recomenda que o presidente renuncie antes das eleições de 2019, antecipando a conclusão de seu mandato atual.
A última alternativa diz respeito à habilitação a um novo mandato mediante a interpretação da Constituição.
O vice-presidente da Bolivia, Álvaro García Linera, considerou legais e incontestáveis as alternativas que estão sendo estudadas para lançar a candidatura de Evo a mais uma reeleição. ”Há quatro vias constitucionais, legais, legítimas e incontestáveis e todas quatro habilitam Evo como candidato”, disse García Linera em entrevista concedida ao programa de TV “Esta casa não é hotel”, da rede ATB.
Os movimentos sociais bolivianos se encontram diante do desafio de preservar as conquistas alcançadas durante os últimos 11 anos sob a direção do presidente Evo Morales e do Movimento ao Socialismo (MAS).
Analistas concordam com que nenhuma opção política na Bolívia rivaliza com a postura nacionalista, soberana, anti-imperialista e defensora do desenvolvimento sustentável advogada por Evo Morales e o MAS.
De acordo com Evo, em discurso comemorativo do Dia da Revolução Democrática Cultural, os líderes da oposição direitista não têm um plano com larga perspectiva para a Bolívia.
A direita não propõe nada, não tem uma agenda para o periodo 2020-2025 (…) ela só sabe rechaçar e mentir, questionar e não propor, destacou durante o ato realizado em Irvigarzama, Cochabamba.
Evo se referiu também ao saque ao qual o país foi submetido durante quase 180 anos de vida republicana e destacou a gestão de mais de uma década do MAS para refundar o país e impulsionar uma estrategia de desenvolvimento nacional e de distribuição equitativa das riquezas.
Os humilhados, vilipendiados, marginalizados, discriminados nos organizamos com muito acerto em um movimento político, para dizer basta à dominação e ao saque, enfatizou o presidente.
Redação do Resistência, com agências