ONU

Bolívia diz que EUA não têm moral para falar de direitos humanos

17/10/2018

Os Estados Unidos não têm autoridade moral para falar de direitos humanos, disse na terça-feira (16) o representante permanente da Bolívia nas Nações Unidas, Sacha Llorenti, por motivo de um evento organizado pela missão estadunidense contra Cuba.

De acordo com o diplomata, o lançamento na terça-feira da campanha Jailed for what (Encarcerados por quê) na sala do Conselho Econômico e Social é um mau uso das instalações da ONU.

Por que não organizamos uma reunião sobre os abusos e as torturas nos cárceres norte-americanos em Guantánamo e em Abu Ghraib, ou sobre o milhão de mortos no Iraque ou as dezenas de milhares de mortos depois da invasão na Líbia e todas as suas consequências? – questionou.

Llorenti assinalou que quando algo não convém aos Estados Unidos, este país rechaça o Acordo de Paris sobre a mudança climática, o Pacto Global sobre Migração e dá as costas ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

‘Mas quando necessitam da logomarca da ONU para sua campanha política, utilizam os salões das Nações Unidas’, acrescentou o representante boliviano, que rechaçou categoricamente a postura da missão estadunidense.

O evento ocorreu apesar de que Cuba pediu seu cancelamento ao secretário geral da ONU, Antonio Guterres, ao argumentar que se tentava com isso empanar o nome do organismo multilateral em um ato contra um país membro.

A missão permanente cubana manifestou que um ato deste tipo constitui uma contravenção dos propósitos e princípios da Carta da ONU.

Em resposta a uma pergunta da Prensa Latina, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário geral, apontou que segundo uma circular administrativa sobre os critérios para realizar um evento na ONU, a missão organizadora é inteiramente responsável pelo conteúdo da reunião.

Desde que se implementa esta circular, acrescentou, o secretário geral confia na responsabilidade dos Estados membros para proceder de acordo com os regulamentos, os propósitos e princípios da Carta da ONU.

Mas a representante permanente de Cuba na ONU, Anayansi Rodríguez, considerou que a secretaria tinha a possibilidade de evitar que esta farsa política e este show se realizassem na sede, que deveria representar as nações supostamente unidas.

O evento, como tínhamos previsto, constituiu uma a comédia política, edificada sobre falsos argumentos e com atores de obscura carreira e a serviço de uma potência estrangeira, afirmou a diplomata cubana em declarações à imprensa.

Resistência, com Prensa Latina

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