Nicarágua
Bispos nicaraguenses entregam propostas da oposição a Daniel Ortega
A Conferência Episcopal da Nicarágua informou na quinta-feira (7) que entregou ao presidente Daniel Ortega, uma propoesta que recolhe os sentimentos de muitos setores da sociedade e aguardará sua resposta para avaliar o futuro do diálogo nacional.
O cardeal Leopoldo Brenes, presidente da Conferência Episcopal, disse que espera a resposta do governo o mais breve possível, ao ler um comunicado depois de um encontro privado de mais de duas horas entre a hierarquia católica e o chefe de Estado.
Brenes indicou que uma vez que o mandatário responda formalmente, a Igreja convocaria a mesa plenária do diálogo nacional, a fim de avaliar a resposta e, portanto, a viabilidade da continuação dos entendimentos.
Brenes assinalou que o diálogo com Ortega transcorreu em ambiente de serenidade, franqueza e sinceridade.
Falamos ao presidente sobre a dor e a angústia do povo diante da violência vivida nas últimas semanas e a agenda em torno da qual se formou consenso na mesa plenária do diálogo nacional pela democratização do país, contou.
O diálogo nacional pela paz na Nicarágua foi suspenso pela Conferência Episcopal, mediadora e testemunha do processo, em meados do mês passado diante da falta de consenso entre o governo e setores da oposição. Estes setores passaram a apresentar exigências políticas que nada tinham a ver com as motivações originais dos protestos de rua.
Para a delegação governamental na mesa de diálogo, antes de tratar qualquer outro tema, devia-se abordar o direito da população à paz.
Dessa maneira, os setores da oposição rechaçaram uma iniciativa do governo a respeito da suspensão imediata dos boqueios de ruas e estradas e de todo ato de violência qualquer que fosse sua origem.
Por outro lado, a delegação governamental desconsiderou uma proposta de debater uma lei que incluísse a antecipação de eleições gerais, a não reeleição e a aplicação de recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, entre outros pontos.
O chanceler da República, Denis Moncada, advertiu que a agenda de 40 pontos que a oposição pretendia impor no diálogo conduzia a um golpe de Estado.
Em 18 de abril passado, estourou no país centro-americano uma onda de violência em meio a protestos contra reformas na previdência social. Essas reformas já foram revogadas mas as manifestações continuaram, com a incorporação de outras exigências políticas da oposição ao rol das reivindicações.
As reformas serviram de pretexto para pôr em prática um plano dirigido desde o exterior com o objetivo de desestabilizar a nação e provocar a derrubada do governo.
Resistência, com Prensa Latina