Luto
Bandeiras vermelhas do PCdoB inclinadas em memória do presidente do Partido Comunista da Argentina, Patrício Echegaray
Leia abaixo a íntegra da nota assinada pela presidenta do PCdoB, Luciana Santos, e pelo Secretário de Política e Relações Internacionais, José Reinaldo, sobre o falecimento, que ocorreu nesta quarta-feira (9), do histórico dirigente comunista argentino Patrício Echegaray.
Ao Camarada Victor Kot, Secretário Geral do Partido Comunista da Argentina
Ao Comitê Central do Partido Comunista da Argentina
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) manifesta sua profunda consternação pela morte do camarada Patrício Echegaray, presidente e ex-secretário-geral do Partido Comunista da Argentina. Inclinamos nossas bandeiras vermelhas em sua homenagem.
Echegaray foi um grande amigo dos comunistas brasileiros e sob a sua liderança os laços fraternos e revolucionários entre o PCdoB e o PCA se fortaleceram enormemente. Mais do que isso, Patrício Echegaray foi um dirigente provado na luta revolucionária do povo irmão da Argentina e do povo latino-americano. Um dos expoentes do Movimento Comunista e da pugna anti-imperialista.
Com longa trajetória militante, iniciada em sua província natal, San Juan, no movimento secundarista durante a década de 1960, Echegaray foi militante estudantil e sindical. Acima de tudo, foi um comunista exemplar e, como tal, internacionalista dedicado.
Perseguido pelas diferentes ditaduras argentinas que enfrentou, foi preso durante dois anos com base na lei anticomunista. Nada, no entanto, quebrantava seu ânimo revolucionário e sua convicção na vitória final da nossa causa comum. Em 1980 foi eleito secretário geral da Federação Juvenil Comunista e em 1987, designado secretário geral do Partido Comunista da Argentina.
Quando da queda do socialismo na URSS e no Leste Europeu, Echegaray foi um dos que formulou as teses que ajudaram a recompor o campo revolucionário na Nossa América, destacando em primeiro lugar que o capitalismo também estava em um período de crise profunda e em pleno desenvolvimento da mesma, e em segundo lugar salientando a ideia de que a América Latina é o continente da esperança revolucionária.
Com outros destacados dirigentes comunistas, entre eles o então secretário geral Athos Fava, levou adiante o processo de revolucionarização do partido que desembocou no histórico 16º Congresso.
Patricio Echegaray foi incansável na solidariedade à revolução cubana, aos sandinistas nicaraguenses, à FMLN salvadorenha, às Farc-EP e ultimamente dedicava-se a impulsionar a solidariedade com a revolução bolivariana na Venezuela.
Aos familiares e amigos de Patrício Echegaray, bem como a todos os dirigentes e militantes do Partido Comunista da Argentina, oferecemos nossa solidariedade neste momento de profunda dor, expressando ao mesmo tempo a certeza de que as novas gerações de revolucionários latino-americanos continuarão tremulando a bandeira vermelha de justiça e liberdade, que Patricio Echegaray empunhou por toda a vida com denodo e brilhantismo. A continuidade da luta até a vitória final será a melhor homenagem que se pode prestar às ideias e à vida de Echegaray.
Encerramos com as mesmas palavras usadas pelo Comitê Central do PCA em sua nota fúnebre: “Patricio Echegaray – Nem um segundo de tristeza, toda uma vida de combate!”
Fraternalmente, com saudações comunistas,
Pelo Comitê Central do Partido Comunista do Brasil
Luciana Santos – Presidenta Nacional
José Reinaldo Carvalho – Secretário de Política e Relações Internacionais