China

“Aterrissagem forçada da economia chinesa é uma falácia”

07/03/2016

A aterrissagem forçada da economia chinesa é uma falácia e não existe a mais remota possibilidade de que ela aconteça, assegurou neste domingo (6) Xu Shaoshi, diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), máximo planejador econômico da China.

A economia chinesa é muito resistente e conta com bases fortes para combater os riscos, disse Xu por ocasião da sessão da Assembleia Popular Nacional (APN) que acontece anualmente.

Somos capazes de manter o crescimento econômico dentro de uma faixa razoável”, afirmou Xu. “Estamos confiantes de que conseguiremos”.

A China estabeleceu a meta de crescimento do PIB entre 6,5 e 7% para este ano, e uma taxa de crescimento anual média de mais de 6,5% para os próximos cinco anos.

O país experimentou o ritmo de crescimento mais lento dos últimos 25 anos em 2015 (6,9%) em meio ao seu ajuste estrutural e de uma recuperação frágil da economia mundial, sublinhou o funcionário de alto escalão do governo.

O consumo seguirá apoiando o crescimento econômico do país, disse Xu.

O governo tem como objetivo estimular o consumo em novos setores emergentes, tais como o estilo de vida mais ecológico, segundo o alto funcionário chinês.

Xu ressaltou, entretanto, que a China também promoverá ativamente o investimento efetivo para respaldar o crescimento econômico e ajudar na reestruturação industrial.

O fundo de investimento do governo central será aumentado para 500 bilhões de yuans (cerca de 75 bilhões de dólares) neste ano. O investimento se concentrará em habitação, ferrovias, inovação tecnológica, proteção do meio ambiente e alívio da pobreza, indicou Xu.

A China aproveitará o investimento para melhorar as indústrias menos desenvolvidas, reajustar a estrutura econômica e fomentar o novo ímpeto de crescimento, destacou Xu.

O Governo chinês não hesitará em usar das medidas de que dispõe para enfrentar a crise mundial

A 4ª sessão da 12ª Assembleia Popular Nacional (APN) foi inaugurada no sábado (5) no Grande Salão do Povo em Pequim. Como representante do Conselho de Estado, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang procedeu ao anúncio do relatório de trabalho do governo deste ano na reunião. O vice-diretor do Escritório de Investigação do Conselho de Estado e responsável do grupo de redação do relatório, Huang Shouhong, juntamente com o diretor do Escritório de Investigação do Conselho de Estado, Xiang Dong, interpretaram os destaques do relatório de trabalho do governo.

Focalizar na construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos

Xiang Dong afirmou que o Partido Comunista da China (PCCh) e o governo chinês colocam uma grande ênfase na elaboração do relatório de trabalho do governo deste ano. O secretário-geral do Comitê Central do PCCh, Xi Jinping, convocou pessoalmente a conferência. O primeiro-ministro Li Keqiang, por sua vez, realizou vários simpósios com especialistas da área de economia, intelectuais e personalidades sem filiação partidária para ouvir as suas opiniões sobre o relatório.

O processo de redação do relatório focou-se na construção de uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos. O relatório tem uma parte dedicada à explicação do 13º Plano Quinquenal, de modo a responder às perguntas de interesse comum do povo. Os novos conceitos de aposta na inovação, coordenação, desenvolvimento verde, abertura e compartilhamento também foram prioritários nos trabalhos do governo.

Dados econômicos positivos

Xiang Dong disse que, no ano passado, o PIB da China cresceu 6,9%, e o PIB total superou os 10 trilhões de dólares por dois anos consecutivos. O número de novos postos de trabalho nas regiões urbanas atingiu os 13,12 milhões. Atualmente, a taxa de desemprego nas 36 cidades médias e grandes situa-se em cerca de 5%, o que não indicia nenhum sinal de crise econômica, afirmou Xiang.

De acordo com Huang Shouhong, os dados sobre a economia chinesa em 2015 demonstram um equilíbrio entre qualidade e quantidade.

Além de diversos indicadores positivos do crescimento econômico, a estrutura do desenvolvimento financeiro do país está também num processo de melhoramento. No ano passado, a proporção da indústria de serviços no PIB ultrapassou pela primeira vez a marca dos 50%.

Huang disse que o governo chinês tem políticas e medidas de inovação suficientes para enfrentar a recessão econômica e que não vai hesitar em fazer uso delas quando assim se justificar.

Com informações do Diário do Povo Online

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