Venezuela
Ataques de Almagro contra a Venezuela tentam pôr fim à soberania e ao modelo democrático
Ataques e manobras intervencionistas contra o Estado venezuelano, gerenciados por agentes externos e apoiados pela direita nacional, têm como o único propósito pôr fim ao modelo democrático que busca a independência e autodeterminação dos povos, promovida pela Revolução Bolivariana, declarou, nesta segunda-feira (27), a Chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez.
Em sua intervenção no Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), a representante da diplomacia venezuelana defendeu o direito do país avançar, em paz e soberania, no rumo de uma sociedade mais justa e inclusiva, Rechaçou e denunciou os ataques e o assédio permanentes, como as campanhas levadas a cabo pelo Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, que dedicou sua gestão, ressaltou Rodríguez, a atacar obsessivamente a Venezuela e o seu povo.
Mencionou que as persistentes investidas contra a Venezuela respondem, em si, a interesses políticos e econômicos dos centros de poder internacional, que são uma ameaça ao modelo democrático e de justiça social e à verdadeira integração regional, promovida pelo governo venezuelano.
“O projeto bolivariano, com a raízes independentistas que lhe deram origem, permanece como uma ameaça real a esta organização (OEA). Hoje, não se destina a punir ou sancionar a Venezuela, mas ao desaparecimento deste modelo, que procura defender a soberania, a democracia exercida diretamente pelo povo, a independência e autodeterminação dos povos, a justiça social e a solidariedade internacional, inclusive como um exercício de relações entre Estados “, disse Rodriguez durante a sessão, transmitida pela Telesur.
Batalha entre dois modelos
Ainda durante sua intervenção, a ministra salientou que com o plano para pôr fim ao modelo democrático e de justiça social na Venezuela, tenta-se impor os interesses do poder econômico global, impulsionado por monopólios financeiros que fixam medidas econômicas em Estados soberanos e vêm conseguindo instituir governos neoliberais em alguns países latino-americanos. Para isso, se presta o Secretário-Geral da OEA desde que assumiu o cargo, em maio de 2015.
“Tornamo-nos uma ameaça ao sistema de privatização da educação e da saúde, porque hoje com 30 milhões de pessoas, somos o quinto país do mundo com o maior número de alunos matriculados, e o nosso sistema de saúde pública abrange mais de 82% da nossa população, sendo que, em 50% do território nacional, esta cobertura já chega a 100% “, explicou.
Rodriguez denunciou que a OEA não se pronunciou frente a inúmeros abusos e violações ao direito internacional cometidos, ao longo da história, pelos Estados Unidos da América (EUA) na região, como golpes de Estado e invasões militares.
“A OEA tornou-se uma organização disfuncional, que perturba o primado do direito internacional, e mina modelos democráticos não alinhados com os interesses e as reivindicações do país hegemônico (EUA). Tornou-se impossível transformar a natureza intervencionista desta organização, vinculada não apenas aos EUA, que contribui com 60% do seu orçamento total, mas também à Europa, que responde por 30% dos fundos específicos. Por essas e outras formas imorais, pretendem submeter os estados membros à vil chantagem que, a partir dos centros imperiais, ameaçam os governos da região”, ressaltou.
Almagro, gestão marcada pela traição
Além disso, Rodriguez denunciou que o Secretário-Geral da OEA, com as suas ações, traiu as regras e os princípios da Carta desta organização, que prevê que a pessoa que ocupa o cargo de Secretário Geral deve agir com integridade, independência e imparcialidade. Contrariamente a este mandato, colocou-se serviço da mais poderosa potência militar do mundo, os EUA e, portanto, e por fim, vem agindo contra os povos soberanos.
Prova disso, segundo Rodríguez, é o fato de que Almagro violou o artigo um da Carta da OEA, que prevê que este órgão “não tem poderes para fazer mais do que expressamente lhe concede esta carta. Nenhuma das suas disposições, o autoriza a intervir nos assuntos internos dos Estados-Membros”.
Mencionou que houve a violação do artigo 118 de tal carta, que indica que o pessoal da Secretaria da OEA “não solicitará, nem receberá instruções de quaisquer governos ou autoridades externas, alheias à organização. Sendo que aconteceu o contrário em cada uma das suas viagens” frisou.
A este respeito, a Ministra de Relações Exteriores denunciou, também, que em todas as viagens feitas pelo Secretário-Geral da OEA, desde que tomou posse, este se pronunciou contra o governo bolivariano; e, além disso, ao longo dos seus dois anos de mandato, 21% de suas mensagens na rede Twitter são uma campanha internacional contra a Venezuela, como parte dessa sua campanha, também “tornou-se também um militante contra o diálogo na Venezuela”, alertou.
“Sua ação ilegal, unilateral, arbitrária, tendenciosa e unilateral” foi evidenciada na 46ª Assembleia Geral dos Estados Americanos, realizada em 13 de julho de 2016, na República Dominicana, quando foi aprovada “uma resolução originada pela profunda preocupação manifestada pelos chanceleres da região”, frisou Rodríguez.
Em vista disso– lembrou – o presidente da República, Nicolás Maduro, alertara o então presidente uruguaio, José Mujica, sobre os desvios políticos de seu Ministro das Relações Exteriores entre os anos de 2010 e 2015, Luis Almagro, que estava a serviço do imperialismo e atuava como um agente dos EUA. No entanto, o chefe de Estado do Uruguai deu garantias de que esse oficial não agiria contra o nosso país, caso assumisse a secretaria da OEA.
“Foi uma crônica de traição anunciada. O sr. Almagro assumiu o cargo na OEA em 26 de maio de 2015, apenas 15 dias depois, começou seu ataque contra a Venezuela. Chegara à organização com um mandato muito claro, sua primeira ação: acabar com a Revolução Bolivariana, a segunda, substituir o governo do presidente Maduro, e dar apoio internacional às ações violentas da extrema-direita, minando a soberania e o Estado de direito “, declarou o chanceler.
Rodríguez denunciou também que se estes ataques e perseguições contra a República Bolivariana da Venezuela ainda persistirem “vamos tomar medidas duras e definitivas.”
Fonte: AVN, tradução de Maria Helena D’Eugênio para o Resistência