Alba, integração para o desenvolvimento soberano de povos livres

12/06/2014

Este ano a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) completa uma década de existência. Fundado em 14 de dezembro de 2004, por um acordo entre Venezuela e Cuba, iniciativa revolucionária dos comandantes Fidel Castro e Hugo Chávez, o bloco de integração cresceu, com a incorporação da Bolívia em 2006, da Nicarágua em 2007, de Honduras em 2008 e do Equador em 2009.

José Reinaldo Carvalho*

A Alba se fortaleceu com o surgimento do Acordo de Cooperação Energética Petrocaribe, constituído por Antigua e Barbuda, Bahamas, Belize, Cuba, Dominica, Granada, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, República Dominicana, San Cristóbal e Neves, San Vicente e Granadinas, Santa Lúcia, Suriname e Venezuela e agora El Salvador.

A Alba surgiu em contraposição ao Acordo de Livre Comércio das Américas, uma iniciativa dos imperialistas estadunidenses de caráter neocolonialista. Inspira-se na visão de Simón Bolívar de ver “formar na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riqueza do que por sua liberdade e glória”.

A proposta de unir os países da América Latina e Caribe em um só bloco econômico, político e social sintetiza os princípios que regem a integração latino-americana e caribenha baseada na justiça, na solidariedade, na equidade, na cooperação, na complementaridade, na vontade comum de avançar, de promover o desenvolvimento equitativo e o respeito à soberania e à autodeterminação dos povos, com ênfase no desenvolvimento humano e social, além do político e econômico, como proclamam seus documentos.

Ao longo desta década, a Alba destacou-se como uma iniciativa que demonstra a integração da América Latina e Caribe, não só em suas relações sociais, mas também em seu enfoque de desenvolvimento sustentável partindo de um modelo de fraternidade, solidariedade e justiça social.

A Venezuela anunciou que as comemorações dos 10 anos têm início desde já, com a realização, em território bolivariano, de três encontros do bloco, sendo o primeiro deles a segunda conferência de países afetados pelas multinacionais, no próximo dia 27 de junho.

Haverá também uma reunião de ministros de Comunicação e Informação da Alba, em julho, com o objetivo de chegar a acordos para estratégias conjuntas em matéria de comunicação contra a guerra midiática.

Também para julho está prevista uma reunião de ministros de Ambiente com a finalidade de debater sobre esta questão tão complexa que afeta a vida de toda a humanidade.

As celebrações do décimo aniversário da Alba ocorrerão também no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas para evidenciar o alcance mundial das conquistas do bloco de integração regional.

Para dezembro, está prevista outra atividade significativa: a semana informativa e comemorativa mundial, para divulgar o significado da criação do grupo, cujas contribuições sociais já beneficiaram milhões de pessoas em setores como saúde, educação, energia, entre outros.

A Alba tem importante alcance social e serve também como mola propulsora para o desenvolvimento de movimentos populares organizados em toda a região, impulsionando ações comuns em prol da interação entre nações soberanas e povos em luta.

A coordenação de movimentos sociais e populares da Alba é integrada por organizações e personalidades de 21 países da América Latina e Caribe, entre estes da Argentina, do Brasil, Chile, Uruguai, Bolívia, Paraguai, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, República Dominicana, Cuba, Haiti, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, México, e Venezuela.

Em reunião recente realizada com esses movimentos em Caracas, o presidente Nicolás maduro destacou o impulso que o comandante da Revolução bolivariana Hugo Chávez dedicou aos movimentos sociais: “Chávez sempre esteve identificado com os movimentos sociais, sempre esteve unindo-os, integrando-os; ele estava convencido de que o poder popular era a única via para substituir o poder das burguesias”.

Igualmente, os movimentos sociais da América Latina e do Caribe podem desempenhar um importante papel para consolidar o processo da “nova independência”, como disse Maduro, que o significou como um “novo conceito de integração popular”, a “verdadeira união do século 21, que é a união dos povos”.

É, efetivamente, uma trincheira na luta anti-imperialista e pela paz, para defender os povos das intervenções e agressões das grandes potências, tão características nos dias que correm. Atualmente, a Venezuela bolivariana é um dos alvos dessas políticas intervencionistas, por isso mesmo depositária da solidariedade dos movimentos políticos e sociais da região latino-americana e caribenha.

*Jornalista, editor do Vermelho e diretor do Cebrapaz

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