Venezuela

“Acabou o tempo do colonialismo e do imperialismo”, diz Maduro no Congresso da Pátria  

14/04/2016

O Congresso da Pátria, que instalou sua plenária nesta quarta-feira (13), em um ato realizado no ginásio desportivo Poliedro de Caracas, concentrará suas atividades nas três agendas da Revolução Bolivariana: a econômica, a política e das missões sociais.

Nesse sentido, o presidente da República, Nicolás Maduro, pediu aos delegados posições concretas para a ação, “com a crítica, a autocrítica e a capacidade de fazer propostas que preencham de energia, realidade e compromisso” as linhas de ação que o país deve adotar para impulsionar a produção nacional, converter a Venezuela em uma potência, acabar com o rentismo petroleiro e a guerra não convencional da direita.

Maduro comentou que com a Agenda Econômica Bolivariana pede propostas para superar “o golpe de Estado econômico e construir nosso país como potência econômica”.

“Em segundo lugar – disse Maduro –, quero que vocês se incorporem como forças sociais, nacionais, em seus estados e localidades à Agenda das Missões Sociais, que sejam os protagonistas da Grande Missão Lares da Pátria, que se iniciou com grande força, e da Grande Missão Novo Bairro Tricolor”.

Na Agenda Política pediu organização por parte das forças revolucionárias “para ganhar a paz, para neutralizar toda esta agressão interna e externa, e para que o ano de 2016 seja um ano de paz, de independência frente à agressão de (Barack) Obama e da política externa”.

Maduro assinalou que há uma ofensiva contra toda a liderança de esquerda na América Latina, e que a direita internacional em pleno século 21 continua promovendo golpes de Estado com intenções claramente imperialistas.

Renascimento do bolivarianismo

Igualmente, o presidente Maduro expressou que “o Congresso da Pátria tem que transformar-se no mais poderoso instrumento para aplicar os três ‘R’ desta etapa da Revolução: retificação, rebelião e renascimento do bolivarianismo e do chavismo”.

O congresso deve recolher as ideias propostas pelo poder popular organizado, para construir a maioria do novo bloco histórico “e poder derrotar as pretensões golpistas da maioria da Assembleia Nacional”. Essas propostas serão apresentadas na plenária de conclusão do Congresso da Pátria.

O chefe de Estado ressaltou a trajetória da Revolução Bolivariana que foi “o período histórico de maior impacto nas transformações políticas, econômicas e sociais de todos os processos revolucionários conhecidos antes”.

Enfatizou também que as propostas da direita apresentadas no Parlamento não contam com nenhuma viabilidade política no país e reiterou: “Aqui a Revolução Bolivariana vai continuar governando neste ano de 2016. Afirmo isto com humildade e convicção”.

Prepotência estadunidense

Durante sua participação no congresso, Maduro comentou que nestes últimos três anos foram feitas um conjunto de declarações por parte do governo dos Estados Unidos nas quais evidenciam diferentes ações para atentar contra a estabilidade e a paz da Venezuela.

Maduro disse que nessas declarações se evidencia, ademais, a arrogância e a prepotência do governo estadunidense ao referir-se à Venezuela, entre elas as emitidas pelo comandante do Comando Sul norte-americano, John Kelly, que manifestou que não se necessita de ajuda para derrocar o governo constitucional.

A esse respeito, o mandatário ressaltou o trabalho da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que com valentia e lealdade revolucionária fez frente a essas investidas imperiais.

Igualmente, alertou que “a conspiração golpista para derrubar o governo revolucionário e acabar com a pátria venezuelana está em marcha, há uma conspiração golpista dirigida desde Washington”, e se referiu a um editorial que o jornal estadunidense The Washington Post intitulado: “A Venezuela necessita desesperadamente de uma intervenção política”, numa clara estratégia de dominação imperial.

“Há pessoas que promovem a ideia (de uma intervenção) e tratam de fazer esquecer que a Venezuela é um objetivo geopolítico, de uma estratégia de dominação do continente, que há a direita mundial que está profundamente frustrada porque o povo da Venezuela não se deixa dominar, é rebelde e continua sua marcha livre, independente, soberana, cometendo nossos erros, nossos acertos, ensaiando fórmulas”, manifestou o presidente Maduro.

Defesa do país

O presidente ressaltou que diante da investida imperial, o país está defendendo “o direito a viver com dignidade, em independência, com soberania, com honra, a viver com liberdade e que nesta pátria venezuelana, nós, os venezuelanos, possamos viver com liberdade absoluta, sem nenhum domínio estrangeiro, sem nenhum domínio imperial”.

“Temos que seguir pensando nosso país com a própria cabeça, construí-lo com mãos próprias, caminhando com nossos próprios pés. Pensar desde a América Latina e construir desde a América Latina a nossa pátria grande, acabou o tempo do colonialismo, do imperialismo. A América Latina será livre ou não será de ninguém”, disse o mandatário.

Para defender a pátria é necessário construir uma nova política de comunicação e cultural, em contato com o povo para fortalecer a consciência revolucionária do povo e gerar novas ferramentas que permitam derrotar, com a verdade, as mentiras e as campanhas da direita.

“Temos que fazer uma grande revolução cultural, comunicacional, renovar nossa mensagem, nosso discurso, fortalecer a simbologia de nossa pátria, de nossa bandeira, de nosso (Simon) Bolívar, nosso (Hugo) Chávez, aprofundar o conhecimento da história como força viva do presente, uma nova política comunicacional de contato direto com o povo, essa é a base”, disse Maduro.

Destacou que para que ressurja a esperança e se garanta a paz no país, “devemos levar a verdade, estabeleçamos um diálogo real e verdadeiro com o povo, partindo do espírito revolucionário, do impulso e da chispa do que somos. Que ninguém baixe as bandeiras da revolução e do socialismo”.

Com Agência Venezuelana de Notícias

 

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