Opinião
A quadrilha do golpe de Estado, a necessária resistência e a luta popular
O golpista Rodrigo Maia lança o golpista Michel Temer a presidente da República, que telefona para os golpistas Aécio e Serra negando a pretensão; estes ligam para os seus correligionários golpistas e dão voz unida para que se preparem para a batalha entre bandos, na qual o povo é vítima.
José Reinaldo Carvalho*
Enquanto isso, setores do Ministério Público e do Judiciário, mancomunados com os golpistas, perseguem o maior líder popular da História do Brasil, o ex-presidente Lula. Não o perdoam ter promovido a redenção de milhões de brasileiros, livrando-os da miséria extrema, ter buscado um outro tipo de inserção do Brasil no mundo, com a difusão de outros valores que não os neoliberais e neocolonialistas, concertado alianças fora do eixo imperialista Estados Unidos-União Europeia, investido na aproximação com irmãos africanos e na integração latino-americana e caribenha. As classes dominantes, seus partidos, funcionários no Judiciário e Ministério Público e penas alugadas na mídia têm medo pânico de que Lula se apresente como candidato da resistência e galvanize o sentimento das massas populares de lutar por uma vida melhor. As políticas do usurpador Temer vão gerar profundas insatisfações, rebeldia e conflitos, que Lula é capaz de transformar em votos para reconquistar o governo.
Na mídia, os jornalões golpistas se excedem na campanha para enxovalhar o ex-presidente e bani-lo da vida pública, como faz a folha paulistana da família Frias no indecoroso editorial desta terça-feira (2), sob o asqueroso título “Lula réu”.
Agosto começa com uma intensa pauta política: votações finais do processo de impeachment no Senado, num jogo de cartas marcadas conduzido pelos partidos protagonistas do golpe – PSDB, DEM, PMDB, PPS, PSD, PSB e o chamado Centrão. De ressaltar a corajosa resistência dos senadores do PCdoB e PT, que com seus votos em separado denunciam a farsa, condenam o golpe e conclamam a nação a restaurar a dignidade com a devolução da Presidência da República a Dilma, eleita com mais de 54 milhões de votos.
Simultaneamente, o governo do usurpador Michel Temer e a presidência da Câmara combinam a pauta de votação de medidas provisórias e projetos de lei que consumam a traição nacional, violam os direitos dos trabalhadores e impõem um brutal arrocho fiscal.
O governo usurpador de Michel Temer e os partidos de sua base de sustentação já deram sinais evidentes de que pretendem levar adiante o golpe para impor um projeto que foi rechaçado quatro vezes sucessivas em eleições presidenciais.
As forças de esquerda e progressistas, os movimentos sindicais e populares, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo certamente têm consciência disso e se preparam para uma resistência tenaz, o que implica dura e firme oposição no Legislativo e nas ruas. No nível a que chegou a crise política brasileira e com a radicalização das posições neoliberais e conservadoras, não há cabimento para conciliação nem concertação com as forças inimigas.
* Jornalista, Secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB e editor do site Resistência