Como o poeta do Teatro Mágico, “enquanto eu respirar”

19/08/2015

Camaradas, amigos, amigas. Desde o início desta semana, por decisão coletiva da direção do Partido, a partir do meu acordo, fui eleito Secretário Internacional do PCdoB, razão pela qual despeço-me do Portal Vermelho, de que fui editor durante cinco anos e meio, tarefa em que empenhei todas as minhas energias.

Por José Reinaldo Carvalho

Não cabe neste momento e neste espaço fazer um balanço da atividade. Aproxima-se o congresso do Partido (2017), quando falam, além dos dirigentes, a militância e os quadros. Já no congresso passado, o Vermelho mereceu a atenção do coletivo partidário e foi enaltecido como o porta-voz dos comunistas e de setores consequentes da esquerda. Um veículo de comunicação que se tornou referência na chamada mídia alternativa e instrumento de informação e formação de opinião de todos os lutadores pela democracia popular, a independência nacional, a paz e o socialismo, a ser permanentemente fortalecido em seus conteúdos e formas de apresentação.

Quisera apenas, neste momento e no espaço da minha modesta coluna manifestar que para mim foi uma honra ter contribuído para a construção de um veículo de mídia comunista, internacionalista, anti-imperialista, de classe, a um só tempo porta-voz do PCdoB e de influentes organizações de massas.

A nova tarefa que a direção coletiva me atribuiu é uma trincheira da mesma luta. Sou imensamente grato a todos os que compartilharam comigo, a partir da equipe de trabalho, que me enriqueceu profissional e humanamente. Sou grato também à militância, aos quadros e à direção coletiva do Partido, sob a liderança do camarada Renato Rabelo e, desde maio, da camarada Luciana Santos. Em qualquer trincheira de combate, tomarei como referência o marxismo-leninismo, os ensinamentos que adquiri no convívio diário durante um quarto de século com o saudoso camarada João Amazonas, as prédicas martianas e socialistas de Fidel Castro, a mensagem bolivariana revolucionária de Hugo Chavez.

Renovo a minha percepção de que temos grandes desafios a enfrentar, na solução dos impasses e remoção dos obstáculos para a construção de um partido comunista ideologicamente convicto, politicamente preparado, organicamente apetrechado e enraizado nas massas trabalhadoras e populares do país, capaz de lado a lado com outras forças da esquerda consequente, desempenhar um papel de vanguarda na revolução socialista.

São enormes os défices ideológicos e orgânicos na ação da esquerda consequente, incluindo o partido comunista. É ilusório considerar que vamos superá-los separando metafisicamente as linhas de acumulação de forças, criando falsos atalhos ou adotando modismos à guisa de “modernização” e “renovação”. A teoria, por suposto, não é um dogma, mas com certeza, não é tampouco colcha de retalhos eclética.

Um dos erros mais graves que cometeríamos seria supor que primeiro haverá o fortalecimento eleitoral-governamental, depois o de massas, logo em seguida o ideológico e finalmente, por automatismo, o organizativo. Tenho arraigada convicção de que ou abordamos simultaneamente as linhas de acumulação de forças, ou não abordaremos nenhuma. Se não formos capazes de enfrentar concomitantemente as debilidades políticas, ideológicas e orgânicas, não enfrentaremos nenhuma.

Como militante, e, para usar a expressão do fantástico poeta do Teatro Mágico, “enquanto eu respirar” é neste mister que empenharei meus modestíssimos esforços, alegrias e dores. Agora, e novamente, difundindo e compartilhando as ideias e ações do movimento comunista e as lutas do povo brasileiro com os amigos e camaradas do mundo inteiro.

Compartilhe:

Leia também