Resistência

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) organizou em Lisboa, na última quinta-feira (14), uma sessão pública para discutir a situação no Brasil, às vésperas da inauguração do debate sobre o processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados.

Por Moara Crivelente*

O Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC) convidou o PCdoB e o PT para abordar a conjuntura em que se fortalece a luta do povo brasileiro pela democracia, a mobilização contra o golpe e a defesa do ciclo progressista inaugurado no país desde a eleição do presidente Lula. Representei o PCdoB como integrante da Comissão de Política e relações Internacionais. O PT foi representado por Alcione Scarpin. A sessão foi coordenada por Filipe Ferreira, da direção do CPPC.

No evento, enfatizamos o caráter internacional da tentativa de golpe orquestrada pela elite reacionária, parte do Judiciário e os meios de comunicação conservadores, que novamente desempenham o seu papel num processo desestabilizador e de ataque aos direitos civis e políticos dos brasileiros.

Denunciamos a aliança da elite reacionária brasileira com a agenda imperialista estadunidense, como vista em outros países da América Latina e do mundo, promovendo a desestabilização de países que tenham projetos de desenvolvimento soberano ou progressista, sobretudo pela desvalorização de empresas nacionais estratégicas, como é o caso da Petrobras. Mais uma vez, ficou refletida na “alternativa” apresentada pela direita que o seu projeto é o retorno às políticas neoliberais de privatização – favorecendo o capital estrangeiro – e a redução dos direitos conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras.

Por isso, no evento, em que participaram diversos representantes de entidades e movimentos sociais portugueses e brasileiros, a solidariedade internacional foi manifesta à luta dos brasileiros pela democracia. Representantes do Movimento Democrático de Mulheres, da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN), do Coletivo Andorinha de brasileiros em Portugal, entre outros, manifestaram seu respaldo à mobilização no Brasil.

A sessão pública, organizada pelo CPPC, foi mais um reflexo da unidade entre forças progressistas, em sua diversidade e em âmbito internacional, contra a ameaça golpista de ataque à democracia, ao Estado de Direito e ao ciclo progressista no Brasil, incitando antagonismos para criar o caos social e aprofundar o clima de conflagração, de gravíssima irresponsabilidade, pela direita que confabula o seu retorno ao poder.

Os representantes de entidades e movimentos sociais no evento, estudantes e trabalhadores portugueses e brasileiros reforçaram a mobilização, a denúncia à intentona golpista e a visão de que o golpe no Brasil tem reflexos regionais e internacionais, assim como a solidariedade aos brasileiros na defesa da democracia e do país.

*Doutoranda em Política Internacional e Resolução dos Conflitos e membro da Comissão de Política e Relações Internacionais do PCdoB