Internacionalismo
Em reunião em Caracas, intelectuais alertam para planos de restauração do neoliberalismo
Intelectuais e artistas que integram a Rede Mundial em Defesa da Humanidade alertaram neste sábado (9), em Caracas, sobre os planos imperialistas que tentam restaurar o neoliberalismo na América Latina e Caribe.
Em uma reunião pública na sede da chancelaria venezuelana, os intelectuais avaliaram os programas da direita internacional para desestabilizar governos progressistas como os da Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e El Salvador, entre outros.
A professora venezuelana Yudith Valencia, explicou que a ofensiva capitalista não é nova e também aponta para os atuais blocos de integração como a União das Nações Sul-americanas e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, entre outros.
Igualmente, assinalou que essas campanhas para minar por dentro os processos de mudança a favor dos povos ressaltam na juventude os seus valores.
Valencia convocou os intelectuais a utilizar todos os espaços possíveis, como indicou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na véspera, ao receber os intelectuais, em particular as redes sociais e difundir uma mensagem da realidade que o continente enfrenta.
Em declarações à Prensa Latina, o sociólogo argentino Atílio Borón, ressaltou a conjuntura e a oportunidade deste 12º Encontro Internacional da Rede em Defesa da Humanidade, pois permite unir forças e talentos e criar novos mecanismos de coordenação para fazer a luta no campo das ideias.
Também o analista e jornalista boliviano Hugo Moldiz considerou que o momento é de análise, mas sobretudo de ações concretas frente a uma direita fortalecida por triunfos circunstanciais na Venezuela em eleições parlamentares, nas eleições gerais da Argentina e no recente referendo na Bolívia que buscava ampliar o mandato do presidente Evo Morales, para consolidar sua gestão a favor dos mais humildes.
Por seu turno, o escritor e diretor de audiovisual venezuelano, Miguel Pérez Pirela, se referiu à ofensiva da oligarquia sobre o país, que o apresenta no exterior como um Estado bandido e violador das leis internacionais, e internamente como um ente falido, para desacreditar as inúmeras conquistas sociais alcançadas nos 17 anos de Revolução.
A cubana Ariana López, que integra a secretaria operativa da Rede, adiantou que este encontro aprovará uma Declaração em Solidariedade com a Venezuela.
Diante de uma complexa situação de guerra econômica, ataques à moeda nacional e campanhas midiáticas, a Venezuela soube manter as conquistas fundamentais em esferas chaves como educação e saúde sem ter que adotar medidas de corte ou que afetem a população.
Do encontro sairá uma espécie de mapa de ideias e também de iniciativas concretas para multiplicar as vozes em cada um dos países representados e em outras latitudes, a partir da participação mais ativa em todas as manifestações da arte.
Este evento, que se estenderá até o próximo dia 14 de abril, prevê um novo debate sobre o comportamento dos monopólios de comunicação e as redes sociais no contexto político da América Latina e do Caribe.
Participam no encontro intelectuais como Fernando Buen Abad (México), a ativista colombiana Piedad Córdoba, o poeta e lutador antiterrorista cubano Antonio Guerrero, Ignacio Ramonet (França), o sociólogo e sacerdote belga, Francois Houtart; e os jornalistas Pascual Serrano (Espanha) e Carlos Aznárez (Argentina), entre outros.
O 12º encontro da Rede de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade, que tem por título “Venezuela na encruzilhada – novos tempos, novos desafios”, também compreende debates em outros estados do país.
Prensa Latina