Em nota, entidade denuncia política dos Estados Unidos e defende que o Brasil reforce apoio à soberania cubana
O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) divulgou uma nota nesta segunda-feira (27) em que manifesta “firme condenação ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos a Cuba”. O documento também denuncia a “inclusão arbitrária e espúria” da ilha caribenha na lista norte-americana de países supostamente patrocinadores do terrorismo internacional.
A informação foi publicada pelo site oficial do Cebrapaz, que ressalta que o bloqueio, mantido há mais de seis décadas, fere os direitos fundamentais do povo cubano e afronta os princípios da Carta das Nações Unidas. Segundo relatório apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba, entre março de 2024 e fevereiro de 2025, os prejuízos econômicos somaram US$ 7,5 bilhões, um aumento de 49% em relação ao período anterior.O texto destaca que o bloqueio norte-americano é o principal obstáculo ao desenvolvimento do país, afetando diretamente o acesso a alimentos, saúde, energia e comunicações.
“A cada ano que passa, fica mais evidente o caráter iníquo e ofensivo desta política, que atinge em cheio os direitos fundamentais do povo cubano”, afirma a entidade.
De acordo com o Cebrapaz, a manutenção de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo internacional é uma “calúnia criminosa”, adotada pelo governo dos Estados Unidos com o objetivo de isolar o país diplomaticamente e minar sua cooperação internacional. O documento observa que a própria Organização das Nações Unidas (ONU) já reconheceu os esforços de Cuba na colaboração com agências internacionais de combate ao terrorismo e exigiu a retirada imediata da designação.
O Cebrapaz também ressalta que as sanções extraterritoriais impostas pelos EUA agravam o quadro econômico cubano. Essas restrições, segundo a nota, impedem transações financeiras, limitam importações de medicamentos e alimentos, e inviabilizam o acesso a financiamentos externos, o que “sufoca as iniciativas de cooperação econômica e prejudica a população civil”.
A entidade defende três medidas urgentes: o fim imediato e incondicional do bloqueio, o respeito à soberania e à autodeterminação do povo cubano e a retirada de Cuba da lista de patrocinadores do terrorismo. Além disso, o Cebrapaz repudia qualquer tentativa de intimidação contra países latino-americanos, caribenhos e europeus que votem contra o bloqueio na Assembleia Geral da ONU, marcada para os dias 28 e 29 de outubro de 2025 — quando será apreciada, pela 33ª vez, a moção sobre o tema.
“Conclamamos o povo brasileiro e o governo do Brasil a posicionarem-se com firmeza: que se unam à defesa da paz mundial e da justiça internacional, condenando o bloqueio”, diz o comunicado. Para o Cebrapaz, “somente com a mobilização coletiva e com a voz firme da sociedade civil será possível derrubar esse mecanismo de opressão” e abrir caminho para uma integração regional baseada no respeito mútuo, na cooperação e na paz duradoura. A nota é assinada pela Executiva Nacional do Cebrapaz, que reitera o compromisso histórico da organização com a solidariedade internacional e a defesa dos povos oprimidos.
