GEOPOLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Protestos pró-Palestina se espalham por toda a Europa

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Centenas de milhares vão às ruas em Londres, Madri, Barcelona, Roma e Paris

A solidariedade com a causa palestina dominou o cenário europeu no fim de semana, com grandes marchas em Londres, Madri, Barcelona, Roma e Paris. Segundo reportagem da Telesur publicada neste sábado, os protestos pediram o fim imediato da ofensiva israelense em Gaza e a suspensão de apoio militar ao Estado israelense.

Atos similares também ocorreram nos últimos dois dias em países como Grécia, Suécia, Bélgica, Alemanha e Suíça, além de outras cidades do Reino Unido. Em várias capitais, a afluência de manifestantes foi descrita como “maciça”, com estimativas de centenas de milhares de pessoas e registros policiais de prisões e confrontos pontuais.

Na capital britânica, a Polícia Metropolitana informou 492 detenções, número mais alto já registrado em uma manifestação pró-Palestina em Londres. Dessas, 488 foram por manifestantes expressarem apoio à organização Ação Palestina, proibida pelas autoridades britânicas; os outros quatro casos envolveram embriaguez, desordem e agressão. Um homem de 89 anos esteve entre os detidos. Ao final da operação, 297 pessoas permaneciam sob custódia e as demais foram liberadas sob fiança.

A mobilização foi convocada pelo grupo Defend Our Juries, que, segundo a Telesur, faz campanha desde agosto contra a proibição da Ação Palestina. A estratégia, afirmam os organizadores, é fomentar uma “desobediência em massa” por meio da prisão de apoiadores que se manifestem pacificamente.

Espanha: mais de 70 cidades em dia de atos

A Espanha viveu uma jornada de protestos com mobilizações em mais de 70 cidades. Em Madri, a passeata percorreu o trajeto de Atocha até Callao por mais de três horas. Os organizadores estimaram 400 mil participantes, enquanto a Delegação do Governo calculou 92 mil. As manifestações pediram o fim da guerra em Gaza e o embargo ao comércio de armas com Israel.

Em Barcelona, a Guardia Urbana apontou 70 mil presentes. Os participantes exigiram o fim imediato da ofensiva em Gaza e a libertação dos integrantes da Global Sumud Flotilla detidos por autoridades israelenses. Diferentemente de atos anteriores liderados por estudantes, a marcha catalã teve caráter mais familiar. Personalidades como Pep Guardiola (técnico do Manchester City), os jornalistas Jordi Évole e Marc Giró, o ator Eduard Fernández e o cantor Lluís Llach divulgaram vídeo convocando a mobilização.

Roma: jornada pacífica termina em confrontos

Em Roma, os organizadores estimaram um milhão de pessoas nas ruas. A tarde, porém, registrou confrontos quando grupos ergueram barricadas e incendiaram contêineres e dois carros. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo após arremessos de garrafas de vidro e artefatos pirotécnicos. No balanço oficial, 262 pessoas foram detidas e identificadas por danos, reunião sediciosa e resistência a funcionário público. Outras 12, associadas a uma “franja antagonista”, foram presas, fotografadas e encaminhadas à Justiça pelos mesmos crimes.

Paris e outras capitais reforçam pressão política

Na França, Paris reuniu centenas de manifestantes que defenderam o cessar de todo apoio militar a Israel e respaldaram a criação de um Estado palestino. As palavras de ordem destacaram o sofrimento civil em Gaza e cobraram respostas firmes de governos europeus. Mobilizações também foram registradas em Atenas, Estocolmo, Bruxelas, Berlim, Zurique e outras cidades britânicas, reiterando um ciclo de protestos que, segundo a teleSUR, tem ganhado amplitude em todo o continente.

Efeitos regionais: reconhecimento e embargos em debate

Ainda conforme a Telesur, a intensidade desses movimentos tem pressionado governos europeus a avançar no reconhecimento do Estado palestino e a suspender exportações de armas para Israel. Embora as decisões variem entre países, a onda de manifestações recolocou o tema da política externa da União Europeia no centro do debate público, com impacto direto nas relações diplomáticas e comerciais com o Oriente Médio.

No balanço do fim de semana, a Europa assistiu a uma das maiores mobilizações pró-Palestina desde o início da guerra em Gaza, combinando atos multitudinários, episódios de repressão e uma crescente disputa de narrativas sobre o papel do continente na busca por uma saída política ao conflito.

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