Resistência

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou neste domingo (20) a Cuba para uma visita oficial, no Aeroporto Internacional José Martí, em Havana, onde foi recebido pelo chanceler cubano Bruno Rodríguez Parrilla, o embaixador cubano nos Estados Unidos José Ramón Cabañas e o encarregado de negócios de embaixada dos Estados Unidos Jeffrey De Laurentis.

O mandatário estadunidense chegou a Cuba acompanhado por sua esposa, Michelle Obama, e suas duas filhas, Malia e Sasha, assim como por membros de seu gabinete e senadores republicanos e democratas.

Barack Obama é o primeiro presidente que visita Cuba desde há 88 anos. Antes, somente Calvin Coolidge fizera o mesmo, tendo chegado a Havana em janeiro de 1928 para participar na 6ª Conferência Panamericana.

A visita de Barak Obama ocorre 15 meses depois do anúncio do processo de restabelecimento das relações diplomáticas entre ambos os países, em 17 de dezembro de 2014, pelo presidente cubano Raúl Castro e o mandatário estadunidense.

Entre algumas visitas de alto nível que se realizaram até o dia de hoje, se encontram a do chanceler cubano Bruno Rodríguez a Washington, em 20 de julho de 2015, e a do secretário de Estado, John Kerry, a Cuba, em 14 de agosto do mesmo ano.

Outras figuras de alto perfil como a secretária de Comércio, Penny Pritzker, e o secretário de Agricultura, Tom Vilsack, assim como governadores de importantes estados e empresários estadunidenses, chegaram a Cuba entre 2015 e 2016.

Obama cumprirá em Havana uma agenda que inclui, já no domingo, um encontro com o pessoal da embaixada de seu país, e uma ida à catedral de Havana — onde será recebido pelo cardeal Jaime Ortega Alamino, arcebispo da Arquidiocese de Havana —, um passeio na Praça de Armas, no Museu da Cidade, na Praça Antiga e na Praça São Francisco de Assis.

Durante sua estada, o presidente estadunidense visitará o Memorial José Martí, se reunirá com empresários ou empreendedores por conta própria   cubanos e manterá conversações oficiais com o General de Exército Raúl Castro Ruz, Presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, no Palácio da Revolução.

No final de sua visita, o mandatário estadunidense fará um discurso no Grande Teatro Alicia Alonso —antigo Teatro de Habana —, e se espera que participe na partida de beisebol entre o Tampa Bay Rays, das grandes ligas dos Estados Unidos, e a seleção nacional de Cuba no Estádio Latino-americano.

O secretário de Política e Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil, José Reinaldo Carvalho, que é também membro do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo, disse que a visita do presidente estadunidense Barack Obama a Cuba significa “uma vitória importante do povo cubano, do governo e do Partido Comunista de Cuba, de sua liderança histórica, Fidel Castro, e do presidente Raul Castro, que comanda com sabedoria um processo importante de atualização do modelo econômico do país, melhorando suas linhas fundamentais”. O dirigente comunista brasileiro assinalou que durante mais de 50 anos, os presidentes dos Estados Unidos empenharam-se pessoalmente na derrocada do governo cubano e agora Barack Obama foi obrigado a reconhecer que essa estratégia, as táticas e os métodos a ela subordinados, fracassaram.

O dirigente do PCdoB se congratulou com o povo cubano, que “desde a Revolução fez uma opção por uma trajetória de país soberano, que não renuncia aos seus princípios, que quer construir uma sociedade livre e justa, baseada no bem estar-social, progressista, socialista, civilizada e culta. Se as relações entre Cuba e EUA servirem a esse propósito, não há dúvida de que é um acerto estratégico do povo cubano e nós temos plena confiança de que a direção cubana e seu povo estão preparados para esta nova etapa”, enfatizou.

Ele afirmou ainda que “a visita de Obama se insere num processo que se iniciou em dezembro de 2014 quando os dois presidentes anunciaram a abertura de um processo de normalização das relações entre os dois países, inclusive com o restabelecimento de relações diplomáticas, o que veio a se concretizar em julho do ano passado”.

Segundo José Reinaldo “o PCdoB considera que Cuba e o povo cubano chegam a esse momento importante de sua inserção internacional como resultado de uma heroica resistência que levou a efeito durante muitos anos. É bom lembrar que o povo cubano construiu e constrói o socialismo em meio à brutal pressão de parte dos Estados Unidos, inclusive com o terrível bloqueio econômico, comercial, financeiro e político, um cerco terrível que procurou isolar e estrangular o país, seu sistema político e econômico”.

A vitória de Cuba, segundo José Reinaldo, ocorre também “graças à decisiva solidariedade internacional, principalmente dos povos latino- americanos e caribenhos, e dos povos de todo o mundo que sempre estiveram ao lado de Cuba, do povo cubano, do seu governo e de seu partido”.

José Reinaldo ressalta também que “é preciso levantar o bloqueio que ainda persiste, com graves consequências para Cuba, assim como é necessário que os Estados Unidos parem de fomentar a organização de grupos oposicionistas em Cuba e devolvam o território usurpado de Guantánamo, onde instalaram uma base militar”.

Com informações do jornal Granma, órgão do Partido Comunista de Cuba, e do Portal Vermelho, portal de internet do Partido Comunista do Brasil.