Reunião em Pequim sinaliza confiança na economia chinesa, reforça abertura e aponta novos caminhos de cooperação internacional
Realizada em Pequim entre quarta e quinta-feira (11), a Conferência Central de Trabalho Econômico marcou um momento estratégico para a economia da China ao estabelecer diretrizes que conectam o encerramento bem-sucedido do 14º Plano Quinquenal (2021-2025) ao início do 15º Plano Quinquenal (2026-2030). O encontro funcionou como uma vitrine para o mundo observar a trajetória econômica chinesa, em um contexto de incertezas globais e ajustes estruturais internos, ao mesmo tempo em que consolidou expectativas positivas sobre o desempenho do país.
Editorial do jornal Global Times destaca a conferência como uma verdadeira “lista de oportunidades” apresentada pela China à comunidade internacional. O texto ressalta que, ao longo de 2025, cresceu o consenso internacional de “confiança na China”, impulsionado pelo aumento de investimentos estrangeiros em setores de alta qualidade e pela revisão positiva das projeções de crescimento feitas por instituições financeiras globais.
O ano de 2025 foi descrito como extraordinário para a economia chinesa. Mesmo diante do agravamento das incertezas externas e de desafios internos ligados à reestruturação econômica, o país manteve o ritmo de crescimento. Nos três primeiros trimestres, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou alta de 5,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior, e a expectativa é de que as principais metas econômicas e sociais sejam alcançadas até o fim do ano. Esse desempenho evidencia, segundo o editorial, a resiliência e o potencial estrutural da economia chinesa.
Ao fazer o balanço do ano, a Conferência Central de Trabalho Econômico apontou avanços na construção de um sistema industrial moderno, novos progressos nas políticas de reforma e abertura, resultados positivos na mitigação de riscos em áreas-chave e o fortalecimento das garantias de subsistência da população. Esse conjunto de fatores contribuiu para que organismos como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Banco Asiático de Desenvolvimento revisassem para cima as previsões de crescimento da China em 2025.
O otimismo internacional, de acordo com o editorial, está associado não apenas aos números, mas também ao dinamismo do modelo de desenvolvimento chinês. A conferência reforçou a demanda interna como principal motor da economia, com foco na consolidação de um mercado doméstico robusto. Do lado do consumo, foram destacadas iniciativas para estimular a demanda e planos voltados ao aumento da renda de moradores urbanos e rurais, criando um ciclo virtuoso entre crescimento da renda e melhoria do consumo.
No campo da oferta, a estratégia passa pela ampliação da produção de bens e serviços de alta qualidade. O objetivo é promover uma transformação mais profunda do setor manufatureiro, substituindo avanços pontuais por melhorias sistêmicas, além de elevar a capacidade e a qualidade do setor de serviços e acelerar o desenvolvimento de serviços avançados voltados à produção. Essas medidas buscam alinhar a oferta às necessidades do amplo mercado interno e também à demanda global por produtos e serviços de maior valor agregado.
A conferência também destacou a abertura econômica como elemento central para transformar o crescimento chinês em oportunidades compartilhadas. Entre as prioridades estão o aprofundamento da abertura institucional, a expansão voluntária do setor de serviços, o aperfeiçoamento das zonas-piloto de livre comércio e a integração entre comércio e investimento, tanto no mercado interno quanto no externo. A promoção de uma cooperação de alta qualidade no âmbito da Iniciativa Cinturão e Rota foi apontada como eixo estratégico desse processo.
Segundo o editorial do Global Times, as plataformas chinesas de abertura de alto padrão facilitam o fluxo transfronteiriço de capital, tecnologia e talentos, ao mesmo tempo em que o princípio da consulta ampla e do benefício compartilhado permite que países em diferentes estágios de desenvolvimento ampliem interesses comuns e cultivem motores de crescimento conjuntos. Esse modelo sustenta a confiança global em uma China que associa escala econômica, vitalidade e compromisso com a cooperação internacional.
Ao final, a Conferência Central de Trabalho Econômico é apresentada não apenas como um roteiro para o desenvolvimento chinês no curto prazo, mas como uma “lista de oportunidades” para o mundo. Em um cenário internacional marcado por competição crescente por recursos e instabilidade, a combinação de expectativas de crescimento mais claras, ambiente macroeconômico estável e diretrizes previsíveis reforça o papel da China como um dos principais motores do crescimento econômico global.
