GEOPOLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

China reafirma que unificação é inevitável e rejeita discurso de chefe de Taiwan

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Porta-voz de Pequim criticou o líder de Taiwan após entrevista a uma emissora dos EUA e disse que “a independência certamente perecerá”

O governo da República Popular da China se manifestou com ênfase contra as recentes declarações de Lai Ching-te, chefe da região de Taiwan. O porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Chen Binhua, afirmou que a “unificação prevalecerá” e que a “independência de Taiwan perecerá”, em resposta a uma entrevista concedida por Lai a uma emissora conservadora dos Estados Unidos.

De acordo com informações publicadas pelo jornal Global Times, Chen criticou Lai por distorcer a realidade ao insistir em uma agenda separatista. O representante de Pequim disse que o líder regional tenta manipular a opinião pública na ilha e na comunidade internacional ao exagerar sobre uma suposta “ameaça continental” e ao defender a independência com apoio militar estrangeiro.

Na entrevista ao programa de rádio e podcast The Clay Travis and Buck Sexton Show, transmitido na terça-feira (7), Lai exaltou sua chamada “nova teoria dos dois Estados”, baseada na “não subordinação mútua”. Ele também criticou exercícios militares da China, alegando que tais ações comprometem a paz no Indo Pacífico, e defendeu aumento dos gastos militares da ilha.

Chen Binhua rebateu com firmeza: “A unificação certamente prevalecerá, a ‘independência de Taiwan’ certamente perecerá”, declarou. Segundo o porta-voz, a postura de Lai apenas agrava as tensões no Estreito de Taiwan, ao incitar sentimentos antichineses e comprometer a estabilidade regional.

Dependência de apoio externo 

Pequim também afirma que Lai se submete a interesses estrangeiros e desperdiça recursos locais ao apostar na aproximação com Washington. “Ao se submeter a forças externas e comprometer os interesses da região de Taiwan, ele prejudica gravemente a subsistência de empresas e pessoas locais, colocando em risco a sobrevivência econômica da ilha e as perspectivas de desenvolvimento futuro”, disse Chen. 

O acadêmico Li Haidong, da Universidade de Relações Exteriores da China, declarou ao Global Times que autoridades do Partido Democrático Progressista (DPP) de Taiwan “podem temer serem tratadas como moeda de troca por Washington”. 

Tensões internacionais 

O princípio de uma só China foi reiterado recentemente por autoridades de Pequim. Em setembro, o presidente dos Estados Unidos rejeitou liberar mais de US$ 400 milhões em ajuda militar a Taiwan, segundo o Washington Post. Apesar disso, autoridades americanas têm pressionado para que a região aumente seus gastos militares, chegando a recomendar investimentos equivalentes a até 10% do PIB local, conforme a Reuters.

Enquanto isso, o governo de Taiwan anunciou planos para elevar o orçamento de defesa para 5% do PIB. Para Pequim, tais medidas representam mais uma demonstração de submissão de Lai a forças externas.

Chen Binhua concluiu sua declaração destacando que a China dispõe de meios para conter avanços separatistas: “Temos uma vontade firme, uma forte determinação e capacidades poderosas para reprimir todas as atividades separatistas e interferências externas relacionadas à ‘independência de Taiwan’, salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial e proteger a segurança e o bem-estar do povo de Taiwan”.

Com isso, Pequim reforça a mensagem de que a questão da unificação é inevitável e que qualquer tentativa de formalizar a independência de Taiwan encontrará forte oposição.

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