GEOPOLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Saudação aos participantes da reunião da Coordenação Regional das Américas do Conselho Mundial da Paz

Compartilhe

Saudação aos participantes da reunião da Coordenação Regional das Américas do Conselho Mundial da Paz

Companheiras e companheiros,

É com profunda honra, entusiasmo fraterno e sentido compromisso com a causa da paz que saúdo calorosamente a realização desta importante Reunião da Coordenação Regional das Américas do Conselho Mundial da Paz, liderada pelo Icap – Instituto Cubano de Amizade com os Povos – que hoje acontece na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia, berço de luta, resistência e cultura do povo brasileiro.

Saúdo todas as delegações presentes nesta reunião, vindas das mais diversas partes do continente americano, que com sua participação fortalecem o elo da solidariedade internacionalista entre os povos. Agradecemos, ao governo do Estado da Bahia, seu governador Jerônimo Santana e ao Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos, e ao Partido Comunista do Brasil  pelo apoio à realização deste encontro, demonstrando que o Brasil pode e deve se afirmar como um ator ativo na construção da paz e da convivência entre as nações, com base no respeito mútuo, na não intervenção e na cooperação solidária entre os povos.

Este encontro se realiza num momento decisivo da história contemporânea, em que o mundo atravessa uma conjuntura marcada por mudanças inauditas, tensões crescentes, graves conflitos, guerras em várias regiões, intervenções imperialistas e um cenário de agudas contradições geopolíticas. Em meio a essa realidade de instabilidade e risco, a causa da paz mundial se torna ainda mais urgente e necessária.

Vivemos um tempo em que as potências imperialistas ocidentais, com destaque para o imperialismo estadunidense, experimentam um visível e inevitável declínio de sua hegemonia, o que, longe de amenizar suas ações, tem intensificado ofensivas militares, desestabilizações políticas e ingerências externas, além de alimentar o avanço da extrema direita internacional.

Ao mesmo tempo, este declínio do velho mundo unipolar impulsiona o surgimento de uma nova realidade multipolar, marcada pelo fortalecimento da resistência dos povos, pela emergência de novos polos de poder político, econômico e cultural, e pela crescente luta por soberania nacional, autodeterminação, democracia e justiça social. Neste quadro, destaca-se a importância de grupos geopolíticos como o BRICS, agora ampliado, da Celac – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos – e do Sul Global, como protagonistas da multipolaridade e portadores da reivindicação por uma nova ordem política e econômica internacional e pela paz. São essas novas realidades que abrem perspectivas renovadas de esperança para todos os que, em diferentes partes do planeta, lutam por um mundo liberto da dominação imperialista, pela emancipação nacional e social dos povos, e por uma paz verdadeira, sólida e duradoura.

Denunciamos com veemência o belicismo da OTAN e sua política de expansão militarista, que ameaça a segurança global e impõe uma nova corrida armamentista ao mundo. Condenamos a guerra movida por procuração contra a Federação Russa, especialmente na Ucrânia, estimulada e financiada pelas potências ocidentais. A paz na Europa e no mundo exige o fim imediato das provocações das potências imperialistas ocidentais contra a Rússia, da militarização e o respeito à soberania e à segurança de todos os povos.

Manifestamos nossa mais firme condenação ao genocídio em curso cometido pelo regime sionista de Israel contra o povo palestino. As cenas cotidianas de massacre, destruição e limpeza étnica, especialmente em Gaza, chocam a consciência humana e exigem uma mobilização internacional ainda mais ampla em defesa do povo palestino, pelo fim da ocupação, pelo respeito ao direito internacional e pela criação de um Estado palestino soberano, com Jerusalém Oriental como capital. Não há paz possível com apartheid, colonialismo e violência sistemática.

Expressamos nossa inabalável solidariedade aos povos e governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua, que resistem bravamente às políticas de bloqueio, sanções, ameaças e campanhas de desestabilização promovidas pelos Estados Unidos. Tais medidas, além de ilegais e imorais, são atentados à soberania e ao direito ao desenvolvimento autônomo das nações. Reafirmamos a urgência de fortalecer a unidade latino-americana e caribenha, com base nos princípios da solidariedade, do respeito mútuo e da cooperação, rumo a um continente livre de dominação imperialista e comprometido com a paz, para a qual é imprescindível a consolidação da democracia e da soberania nacional brasileira, sob a liderança do presidente Lula.

Sigamos firmes, unidos, determinados, com a convicção de que a conquista da paz depende da resistência e da luta dos povos contra o sistema imperialista. Que este encontro fortaleça a unidade da nossa luta continental pela paz, pela autodeterminação e contra toda forma de dominação imperialista.

Sejam muito bem-vindos,

Socorro Gomes

 

Rolar para cima