Por José Reinaldo Carvalho (*)
Recebo com profunda tristeza a notícia da morte da camarada Zuleide Faria de Melo. Enviei ao Comitê Central do Partido Comunista Brasileiro e ao seu secretário-geral, camarada Edmilson Costa, a seguinte mensagem em nome do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz
“Em nome do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz, manifestamos nossas mais profundas condolências e a solidariedade pelo falecimento da camarada Zuleide Faria de Melo, ex-Secretária Geral do vosso Partido e ex-Presidente do Condepaz – Conselho Brasileiro de Defesa da Paz.
Sua partida representa uma perda imensa para todos os que lutam por um mundo livre da opressão imperialista, pela paz entre os povos e pela edificação de uma sociedade socialista. Zuleide foi uma combatente destacada do campo anti-imperialista, coerente em suas convicções e firme na defesa de uma linha revolucionária.
Neste momento de dor, reafirmamos nossa confiança em que o legado de Zuleide continuará vivo nas lutas que travamos diariamente, inspirando-nos a seguir firmes no combate anti-imperialista e pela paz mundial.”
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Acrescento um depoimento pessoal, como militante e dirigente comunista do PCdoB. Compartilhei com a Zuleide momentos marcantes em que unimos ideias e ações na luta anti-imperialista, atuando em unidade e solidariamente com os países socialistas e revolucionários, como Cuba e Venezuela. Naquelas ocasiões, pude testemunhar sua dedicação generosa e sua firmeza na defesa da causa internacionalista do proletariado.
Expresso também minha admiração por sua conduta orientada por princípios revolucionários, com base na ideologia marxista-leninista. Zuleide foi lúcida e combativa na luta contra o liquidacionismo que ameaçou o movimento comunista brasileiro, no setor representado pelo PCB no início dos anos 1990. Sua voz altiva e coerente contribuiu para preservar a continuidade da luta revolucionária em nosso país.
Sua dedicação incansável à causa comunista servirão de exemplo às futuras gerações de militantes.
Recordo em especial de dois momentos marcantes: as conversações que mantivemos, entre finais do século passado e início deste, na presença do saudoso João Amazonas, então presidente do PCdoB, e outros dirigentes de ambos os partidos, em busca da convergência entre os comunistas.
Recordo ainda a visita que fiz à sua residência, no Rio de Janeiro, em abril do ano 2.000, quando a apresentei ao também saudoso camarada francês Henri Alleg, renomado jornalista, talentoso escritor, revolucionário e marxista-leninista, interessado em conhecer as perspectivas de unidade entre os comunistas brasileiros, tema que, entre outros temas, também fez parte, horas antes, de uma agradável conversa de Alleg com Oscar Niemeyer.
(*) José Reinaldo Carvalho é membro da Comissão Política Nacional e do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e presidente do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz