O cientista político colombiano, Carlos Lozano, manifestou otimismo pelo recomeço dos diálogos com as FARC-EP e a proximidade de reuniões formais com o ELN, porém advertiu que o paramilitarismo constitui um obstáculo enorme para a paz.
Por Adalys Pilar Mireles
Em declarações à Prensa Latina, o também jornalista e biógrafo das negociações entre o Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP), assegurou que, em que pese qualquer desacordo, o verdadeiramente importante é que ambas as partes voltaram a se encontrar em Havana esta semana para expor seus critérios e tentar conciliar posições.
É óbvio que há diferenças, as delegações têm pontos de vista discordantes, quase antagônicos em alguns aspectos, entretanto creio que através das conversações e com vontade política poderão alcançar um acordo, ressaltou o diretor do semanário Voz.
Contudo, Lozano insistiu em que o paramilitarismo representa uma ameaça a essas gestões.
Nesses dias – relembrou – vimos os efeitos da chamada “greve armada” em vários departamentos, perpetrada pelo clã Úsuga, uma variante desse flagelo, realidade que o governo nega, pois argumenta que são pretextos das FARC-EP em Cuba, para retardar a assinatura do acordo de paz e que são invenções da esquerda na Colômbia.
Essa ala obrigou que as comunidades fechassem as portas de seus comércios, escolas, com a paralisação dos transportes públicos e, além disso, a incineração de veículos, provocando a morte de cinco pessoas, entre outros atos de violência.
Em sua opinião, estes grupos que o Executivo qualifica como estruturas criminosas, são braços do velho paramilitarismo, em muitos casos com dirigentes do médio escalão, que nunca foram presos e fazem o seu trabalho em coordenação com os chefes do tráfico que se encontram presos, disse ele.
O primeiro passo, acrescentou, é preciso reconhecer a persistência deste mal, em seguida, atacar as relações dessas organizações com agentes do Estado, cortar todos os tipos de colaboração ou cumplicidade e, em terceiro lugar, exigir uma política de submissão à justiça.
Ao referir-se às negociações om o Exército de Libertação Nacional (ELN), que deverão ser iniciadas no Equador em data a ser marcada, Lozano afirmou que essa outra negociação poderia ser mais ágil.
Espero que se possa avançar a um ritmo mais acelerado que o de Cuba com as FARC-EP e que finalmente ambos os processos encontrem-se no tempo, a partir das coincidências em pontos das agendas, com o propósito de alcançar soluções para as dois agrupamentos insurgentes.
A paz da Colômbia tem de ser completa, enfatizou o analista político.
Em 30 de março passado, porta-vozes do governo e do ELN informaram a sua decisão de iniciar encontros oficiais, logo após uma fase de aproximações exploratórias, animadas pela vontade de encontrar uma saída negociada à guerra interna que dura mais de meio século.
Tais conversas serão também sediadas em outros países da região (Cuba, Brasil, Chile e Venezuela), para debater uma agenda de seis temas.
Tais análises aproveitarão as contribuições da cidadania, no momento de construir os pactos e provavelmente alguns dos consensos já assinados com as FARC-EP, sobretudo em assuntos próprios do fim do conflito, como o cessar fogo bilateral e a deposição das armas; também o mecanismo de justiça transicional, adiantou o presidente Juan Manuel Santos.
As sessões de trabalho com esse último grupo rebelde foram reiniciadas nesta quarta-feira, dia 6, na capital cubana, com o desafio de superar as desavenças em pontos chaves, diferenças que obrigaram a prolongar o fim das conversações, para além de 23 de março, data limite projetada.
Fonte: Prensa Latina
Tradução: Maria Helena D’Eugênio, para o Resistência
[:es]El politólogo colombiano Carlos Lozano manifestó hoy optimismo por la reanudación de los diálogos con las FARC-EP y la proximidad de reuniones formales con el ELN, pero advirtió que el paramilitarismo constituye un obstáculo enorme para la paz.
En declaraciones a Prensa Latina, el también periodista y biógrafo de las pláticas entre el Gobierno y las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia-Ejército del Pueblo (FARC-EP) aseguró que pese a cualquier desacuerdo, lo verdaderamente importante es que ambas partes volvieron a encontrarse en La Habana esta semana para exponer sus criterios e intentar conciliar posiciones.
Es obvio que hay diferencias, las delegaciones tienen puntos de vista discordantes, casi antagónicos en algunos aspectos, pero creo que a través de las conversaciones y con voluntad política podrán conseguir un acuerdo, subrayó el director del semanario Voz.
Sin embargo, Lozano insistió en que el paramilitarismo representa una amenaza para esas gestiones.
En estos días -recordó- vimos los efectos del llamado “paro armado” en varios departamentos perpetrado por el clan Úsuga, una variante de ese flagelo, realidad que el Gobierno niega pues argumenta que son pretextos de las FARC-EP en Cuba para demorar la firma de la paz e inventos de la izquierda en Colombia.
Esa banda obligó a los pobladores a cerrar comercios, instituciones educativas y paralizar el transporte; adicionalmente incineró vehículos y exterminó a cinco personas, entre otras acciones violentas.
En su opinión, esos grupos que el Ejecutivo califica de estructuras criminales son brazos del viejo paramilitarismo, en muchos casos con mandos medios que no fueron nunca encarcelados y hacen su trabajo en coordinación con capos (narcoparamilitares) actualmente en prisión, dijo.
El primer paso -añadió- debe ser reconocer la persistencia de ese mal, después atacar las relaciones de esas organizaciones con agentes del Estado, cortar todo tipo de colaboración o complicidad, y en tercer lugar plantear una política de sometimiento a la justicia.
Al referirse a las pláticas con el Ejército de Liberación Nacional (ELN), las cuales deberán comenzar en Ecuador en fecha aun sin precisar, Lozano afirmó que esa otra negociación podría ser ágil.
Espero que se pueda avanzar a un ritmo más acelerado que el de Cuba con las FARC-EP y que finalmente ambos procesos se encuentren en el tiempo a partir de coincidencias en puntos de las agendas, con el propósito de alcanzar así soluciones para las dos agrupaciones insurgentes.
La paz de Colombia tiene que ser integral, enfatizó el analista.
El pasado 30 de marzo voceros gubernamentales y del ELN dieron a conocer su decisión de iniciar encuentros oficiales, luego de una fase de aproximaciones exploratorias, animados por la voluntad de encontrar una salida negociada a la guerra interna que dura más de medio siglo.
Tales citas tendrán, además, sedes en otros países de la región (Cuba, Brasil, Chile y Venezuela), para debatir una agenda de seis temas.
Dichos análisis aprovecharán los aportes de la ciudadanía en el momento de construir los pactos y probablemente algunos de los consensos rubricados ya con las FARC-EP, sobre todo en asuntos propios del fin del conflicto como el cese el fuego bilateral y la dejación de las armas; también el mecanismo de justicia transicional, adelantó el presidente Juan Manuel Santos.
Las sesiones de trabajo con ese último grupo rebelde fueron reiniciadas este miércoles en la capital cubana con el desafío de superar las desavenencias en cuestiones claves, diferencias que obligaron a prolongar el cierre de las conversaciones más allá del 23 de marzo, fecha límite proyectada.
