Bolívia

Evo Morales comprovou com números impressionante avanço da Bolívia

23/01/2017
"Fizemos na Bolívia em 11 anos o que faltou ser feito em 180", afirmou Evo Morales, presidente da Bolívia

O presidente Evo Morales comprovou neste domingo (22), com números irrefutáveis, o avanço da Bolívia em 11 anos de processo de mudança que dirige, e que supera em todos os setores aquilo que foi feito em 180 anos por governos republicanos anteriores.

O relatório anual de Morales – que durou 4 horas e 20 minutos, apresentou um Estado plurinacional, cujos benefícios sociais e econômicos fundamentam a solicitação de organizações sociais para continuar o mandato do primeiro presidente indígena do país até 2025.

Talvez um dos indicadores que melhor reflita a obra da Revolução Democrática e Cultural seja a pobreza extrema na Bolívia, que foi reduzida a menos da metade entre 2005 e 2015 de 38,2% para 16,8% da população.

Em seu relatório anual, Evo Morales precisou que em 2005 a extrema pobreza na área urbana era de 24,3% e na área rural era de 62,9%, mas esses números baixaram para 9,3% e 33,3%, respectivamente, no entanto, a pobreza moderada caiu de 60,6% em 2005 para 38,6% em 2016.

Ao mesmo tempo, o aumento do setor da população que se coloca como de classe média aumentou de 13% a 32% , enquanto a desigualdade de renda entre os mais ricos e os mais pobres foi reduzida nos últimos 11 anos de 128 a 37 vezes.

Isto se explica, em palavras do próprio Morales, pela recuperação e defesa da soberania política e econômica, e muito especialmente pela nacionalização dos recursos naturais e das empresas estratégicas, cuja política impulsionou o desenvolvimento econômico do país.

Tanto é verdade essa afirmação que, segundo estimativas de organismos internacionais, a Bolívia liderará o maior crescimento econômico da América do Sul em 2016, com 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB), juntamente com o Paraguai, e ocupará o 4º lugar na América Latina.

“Esta liderança regional nos últimos anos foi possível graças ao nosso modelo, à nacionalização e à recuperação de recursos naturais e empresas estratégicas, à diversificação dos produtos bolivianos e sua exportação a 97 países”, afirmou Morales.

De acordo com o relatório do presidente, o PIB desta nação andina cresceu em média 2,8% em quase 55 anos de era republicana (1951-2005), diante dos 5% alcançados em média durante sua gestão entre 2006 e 2016.

Diante do plenário da Assembleia Legislativa, neste Dia do Estado Plurinacional da Bolívia (22), Morales destacou que mais de 50% de seus 166 parlamentares em exercício são mulheres, 41 acentos estão ocupados por representantes dos povos indígenas e 29 por jovens.

Ratificou a Saúde e a Educação como direitos dos cidadãos e pilares da Revolução Boliviana, agradeceu o apoio de Cuba na Operação Milagre que devolveu a visão de mais de 676 mil bolivianos e destacou o trabalho abrangente de cerca de 700 integrantes da Brigada Médica Cubana em todo o país.

“A redução das taxas de mortalidade infantil e desnutrição crônica são importantes conquistas nessa nova Bolívia”, disse, “onde são construídos 47 novos hospitais e mais de 3 mil postos de saúde”.

Morales lembrou que em 2001 o índice de mortalidade no país ultrapassava 13% da população, enquanto na atualidade é de apenas 2,8%, e seu governo investiu mais de 3 bilhões de dólares para a qualidade de vida e ensino em todos os níveis.

“Depois de Cuba, a Bolívia é o país que mais investe para melhorar a Educação”, assegurou, e destacou a criação de 128 novos institutos tecnológicos durante os 12 anos de seu governo, até nos lugares mais isolados do país, equipados com tecnologia moderna.

Neste sentido, expôs dados que comprovam o avanço em áreas como saúde, educação, esporte, economia e finanças, infraestrutura, hidrocarbonetos (gás) e energia, empoderamento social, autonomia e redução da pobreza, entre outros indicadores.

Em sua opinião, a Bolívia se transformou em um país modelo na luta dos movimentos sociais, no aumento da consciência social e política do povo encabeçado pelo Movimento para o Socialismo e pelo Instrumento Político pela Soberania dos Povos.

Em mais de 100 tabelas demostrou avanços alcançados nos últimos 11 anos após ganhar as eleições em 2006 com quase 54% dos votos, em todos os setores, em especial gás e geração de energia, nos quais é projetado que a Bolívia se transforme em líder regional.

A integração viária, em um país de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, foi outro de seus grandes sonhos realizados, tanto na construção de estradas e pontes, como de aeroportos nacionais e internacionais, que projetou o crescimento do turismo.

Evo Morales afirmou que em seus 11 anos de gestão acompanhado de movimentos sociais, foram realizados projetos que governos anteriores foram incapazes de realizar.

“Em 11 anos nós fizemos o que outros não fizeram por 180 anos, graças à unidade do povo boliviano”, resumiu o chefe de Estado durante seu discurso anual à nação.

Também, Morales convidou todas as forças políticas e movimentos sociais para trabalhar em conjunto para promover o desenvolvimento econômico e social do país.

Ele pediu que as diversas forças sociais e políticas, incluindo aquelas da oposição, para propor projetos e trabalhar em conjunto a fim de manter estes resultados e superá-los.

“Podemos cometer erros, ter dificuldades, somos seres humanos, não é fácil administrar um país. É direito de todos observarmos, criticarmos, corrigirmos, mas o mais importante é que todos pensemos na Bolívia e em como acabar com a pobreza”, enfatizou finalmente o presidente da Bolívia.

O presidente boliviano ressaltou a política da Diplomacia dos Povos pela Vida para uma mudança do país em suas relações internacionais.

“Desde 2006, com a Diplomacia dos Povos pela Vida, as relações diplomáticas se ampliaram e ganharam em dignidade, soberania, voz própria e liderança”, afirmou Morales em seu relatório de 11 anos de Governo, diante da Assembleia Nacional.

Nesse sentido, lembrou um acordo marco de respeito com os Estados Unidos, o estabelecimento de novas relações com o Irã, Palestina, entre outros países, o reconhecimento da ONU ao mastigado da coca como uma prática tradicional, a liderança exercida no comitê especial da ONU no processo de reestruturação da dívida, e a presidência exercida no grupo dos 77 países em desenvolvimento mais China (G-77 mais China).

Também, evocou especialmente a realização da Cúpula do G-77 mais China na cidade boliviana de Santa Cruz em 2004, que deu grande projeção da imagem da nação ao mundo e apoiou a luta por uma nova ordem mundial.

Morales destacou que essa cidade sediará este ano a Cúpula dos Países Exportadores de Gás e espera contar com os presidentes da Rússia, Irã e outras nações para chamar a atenção do planeta com um evento internacional de primeiro nível.

O chefe de Estado também se referiu à eleição da Bolívia como membro permanente do Conselho da ONU para o período 2017-2018 e destacou a denúncia realizada ano passado nesta instância pelo tratamento dado pelo Chile aos transportadores bolivianos importadores e exportadores nos portos marítimos de Aryca e Antofagasta.

Chamou de discriminação, racismo e descumprimento de tratados internacionais a atitude das autoridades chilenas.

Segundo Morales, em 2016 seu Governo alcançou a institucionalidade dos sistema de plurinacional de acompanhamento, monitoramento e estatística das recomendações sobre direitos humanos e está em processo de recuperar o patrimônio cultural que está em poder da Alemanha, Suíça, Argentina e outros países.

Também iniciou o processo para a recuperação histórica, com a classificação de documentos da ditadura, que será replicado por outras instituições do Estado.

Há 11 anos, após ganhar as eleições no país, com quase 54% dos votos, Evo Morales assumiu como o primeiro presidente indígena no país.

Por esse motivo, desde 2010, foi instituído o 22 de janeiro como o Dia Plurinacional da Bolívia.

Resistência, com Prensa Latina, tradução de Luci Nascimento

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